As últimas etapas da luta contra a inflação na zona euro poderão ser árduas e com alguma oscilação, admitiu a vice-presidente do Banco Central Europeu, Isabel Schnabel, colocando o foco da autoridade monetária no sector dos serviços.
Em declarações esta quinta-feira, a economista admitiu que a visão cada vez mais generalizada é que “enfrentaremos um percurso acidentado nos últimos quilómetros” da trajetória de retorno a valores em linha com o objetivo do BCE de médio prazo, ou seja, 2%. Em particular, os serviços têm sido a maior preocupação, registando uma inflação ainda bastante acima deste valor.
“A parte mais preocupante é a produtividade”, apontou a responsável do BCE, lembrando que o crescimento deste indicador tem sido negativo há vários trimestres. Por outro lado, os salários continuam a subir, dada a rigidez do mercado de trabalho, o que pressiona a economia do lado dos preços.
Recorde-se que a inflação homóloga medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) está em 4% no sector dos serviços da moeda única há quatro meses, sendo a rubrica com uma maior contribuição para o indicador. O IHPC de março foi de 2,4%, voltando ao valor registado em novembro, antes de nova subida do índice.
O mercado chegou a dar como quase certo o arranque das descidas de juros em junho, mas essa visão tem sido colocada em causa pelas declarações recentes de responsáveis do BCE. Depois de terem apontado a 100 pontos base (p.b.) de cortes acumulados até ao final do ano, os investidores antecipam agora uma redução na ordem dos 60 p.b., de acordo com a Reuters.
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