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Bloco de Esquerda quer levar a votação proposta que impede eleição de Manuel Salgado para empresa municipal lisboeta

Manuel Grilo leva à reunião extraordinária de vereação convocada por Fernando Medina para esta quinta-feira uma proposta que restringe a eleição para órgãos sociais da Lisboa Ocidental SRU a quem exerça cargos públicos na Câmara de Lisboa.
17 Outubro 2019, 07h44

O vereador do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa, Manuel Grilo, vai apresentar nesta quinta-feira uma proposta que impediria a reeleição do ex-vereador socialista Manuel Salgado para a presidência do conselho de administração da Lisboa Ocidental SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, visto que impõe que a eleição para os órgãos sociais da empresa municipal seja determinada “pela efetividade de funções do candidato no exercício de cargos públicos na Câmara Municipal de Lisboa”.

Segundo a proposta do vereador Manuel Grilo, a que o Jornal Económico teve acesso, a recondução de Manuel Salgado no cargo que desempenha na Lisboa Ocidental SRU, a que não renunciou após ter deixado de ser o vereador do Urbanismo, “sem que este exerça, atualmente, qualquer cargo público que justifique manter-se nos órgãos sociais da empresa, não se afigura a melhor solução para a salvaguarda do interesse público, da democracia e do escrutínio público que uma empresa tão importante exige”.

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, agendou para esta quinta-feira a votação de uma proposta, submetida ao voto secreto dos integrantes do executivo camarário – em que os oito eleitos do PS são menos um do que a soma dos restantes partidos -, que prevê a recondução em funções de Manuel Salgado. Tendo em conta a posição contrária do vereador do Bloco de Esquerda, dos dois vereadores da CDU e dos quatro vereadores do CDS-PP, está nas mãos dos dois vereadores do PSD a permanência em funções na Lisboa Ocidental SRU do arquiteto de 75 anos, cujos 12 anos enquanto vereador do Urbanismo ficaram marcados por muitas polémicas.

Segundo Manuel Grilo, que substituiu Ricardo Robles na Câmara de Lisboa, “nos últimos 12 anos, a política urbanística da cidade ficou marcada por uma visão que privilegia os negócios e não o serviço público a prestar a quem vive em Lisboa”, apresentando como exemplos dessa “visão para a cidade” a atribuição de créditos de construção, “que beneficia de forma clara os interesses dos promotores imobiliários, como, de resto, já se pôde comprovar nos casos da Torre de Picoas, na Avenida Fontes Pereira de Melo, e na construção da torre no quarteirão da Portugália, na Avenida Almirante Reis”.

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