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Bolsa de Lisboa em queda com EDP Renováveis e Jerónimo Martins a liderar as perdas

O PSI-20 até acabou por registar quedas mais ténues que os congéneres, suportado pelas valorizações da Sonae Capital (+5,49%), Semapa (+3,1%) e Novabase (+1,12%). Na Europa a desvalorização do setor da banca após alguns bancos revelarem a suspensão de dividendos, como a Societé Génerale, Natixis, Barclays ou Santander, seguindo a recomendação do BCE. O BCP caiu -2,44%.
1 Abril 2020, 18h23

O PSI-20 apresenta a melhor performance em dia de quedas expressivas, mas caiu -1,89% para 3.992,69 pontos. O que compara com o EuroStoxx 50 que tombou -3,83% para 2.680,3 pontos.

A EDP Renováveis cai -4,37%  para 10,50 euros, a EDP perdeu -2,41% para 3,57 euros e a Jerónimo Martins deslizou -4,59% para 15,69 euros. A Jerónimo Martins e o grupo EDP lideraram as perdas.

Mas destaque-se ainda que a REN recuou -0,65% para 2,305 euros e a Galp que desceu -1,78% para 10,21 euros.

O regulador português de energia, a ERSE, divulgou ontem a sua proposta para as tarifas de gás a vigorar no mercado regulado de gás natural a partir de outubro. A ERSE não deu detalhes sobre as reduções das tarifas anunciadas, mas o analista do BPI acredita que “o principal motivo deve ser a queda material observada nos preços globais de GNL (gás natural) e, em menor grau, a queda contínua no retorno sobre ativos (RoA) como resultado da queda das obrigações a 10 anos em Portugal, e as medidas de eficiência para os operadores. Nenhuma mudança regulatória foi implementada para o próximo ano regulatório e, portanto, a evolução das tarifas não deve ter impacto nas atividades reguladas”.

O BCP desceu cerca de 2,40% para 0,10 euros, um comportamento influenciado pela tendência verificada pelo setor na Europa. O analista do BCP, Ramiro Loureiro, destaca a desvalorização do setor da banca após alguns bancos revelarem a suspensão de dividendos, como a Societé Génerale (-9,53%), Natixis (-13,31%), Barclays (-10,34%) ou Santander (-3,22%), seguindo a recomendação do BCE. “De notar que este setor tinha a maior dividend yield no Stoxx 600, o que se traduziu em algum desconforto paras os investidores a nível desta perda de rentabilidade”, diz o analista da Mtrader.

Já o analista do BPI salienta que “o setor bancário foi palco de uma pressão vendedora significativa, desencadeada pelo anuncio dos bancos ingleses Standard Chartered e HSBC que decidiram suspender a distribuição de dividendos. As instituições bancárias britânicas registaram perdas superiores a 7,80%”.

Se continuarem neste trajeto, as ações do BCP quebrarão a barreira dos 10 cêntimos e voltam a ser uma penny stock, que a administração do banco procurou que deixasse de ser quando fez há uns anos um reverse stock split.

Os CTT recuaram -2,15% para 2,24 euros, num índice com apenas 5 dos 18 títulos a fecharem no verde.

As ações da Sonae Capital disparam +5,49% para 0,4230 euros. Ontem a Sonae Indústria reportou que em 2019 registou um resultado líquido negativo de 13,4 milhões, comparativamente com o resultado líquido positivo de 11 milhões em 2018. A evolução do resultado líquido é principalmente explicada pela redução dos resultados da Sonae Arauco, pelas provisões registadas no quarto trimestre e pelo facto do EBITDA de 2018 incluir uma mais-valia devido à venda dos imóveis de uma unidade inativa. O EBITDA desceu 11,90% para os 25,8 milhões de euros. Já o volume de negócios aumentou 4.50% face ao ano anterior para os 230 milhões, graças ao nosso negócio da América do Norte.

O PSI-20 até acabou por registar quedas mais ténues que os congéneres, suportado pelas valorizações da Sonae Capital (+5,49%), Semapa (+3,1% para 7,99 euros) e Novabase (+1,12% para 2,7 euros). A NOS valorizou +0,52% para 3,07 euros.

Na Europa a sessão foi de perdas. Esta foi mesmo a primeira sessão negativa da semana para os índices europeus que fecharm o dia de hoje com quedas expressivas. “O setor mais castigado esta quarta-feira acabou por ser o de Viagens & Lazer”, refere a Mtrader.

Para além da queda do EuroStoxx 5o, o destaque vai para performance do FTSE 100 que fechou a cair em Londres para 5.454,6 pontos (-3,83%); para o IBEX 35 que fechou nos 6579,4 pontos (-3,04%); para o germânico DAX que perdeu -3,94% para 9544,75 pontos; para o CAC que tombou -4,3% para 4207,24 pontos; e para o FTSE MIB que recuou -2,97% para 16.545 pontos.

“O 2º trimestre do ano começou negativo para as bolsas europeias que hoje viveram um dia marcado por acrescidos receios em relação à atual situação dos EUA e ao comportamento do setor bancário”, refere o analista do BPI.

Destaque para os dados do Eurostat que revelam que em fevereiro de 2020,  é estimado que a taxa de desemprego se tenha situado em 6,5% em Portugal e em 7,3% na Zona Euro, diminuindo 0,1 p.p. em relação ao mês anterior (7,4%) e diminuindo 0,5 p.p. em termos homólogos (7,8%). Na UE a 27, a taxa de desemprego estimada foi 6,5%, estabilizando relativamente ao mês anterior.

Ainda no plano macroeconómico, o índice de atividade económica PMI na Zona Euro atingiu em março o mínimo dos últimos 92 meses, isto é, os 44,5, ligeiramente acima das previsões, mas abaixo dos 49,2 em fevereiro. O PMI relativo ao setor industrial no mês de março fixou-se nos 44,5, abaixo da primeira estimativa de 44,8 Em Itália, este indicador desceu para os 40,3, o valor mais baixo em mais de 10 anos.

“Hoje na China foi publicado que o índice Caixin PMI da indústria manufatureira situou-se em março nos 50.1, bastante acima dos 45.5 antecipados pelos economistas. Este dado está em sintonia com a leitura dada pelo índice PMI oficial publicado ontem”, realça o BPI.

Também no plano macroeconómico os dados mostraram que as encomendas e o emprego nas fábricas dos EUA contraíram em março ao ritmo mais rápido em 11 anos, “enquanto os produtores enfrentam a destruição da procura devido à propagação da pandemia”, diz a Mtrader.

O petróleo na Europa está em queda livre. O Brent em Londres desvaloriza -6,03% para 24,76 dólares.

O euro cai 1,01% para 1,0920 dólares.

A dívida pública alemã a 10 anos sobe +1,12 pontos base para -0,46% e Portugal continua com os juros a agravar, o que não é uma boa notícia para o Estado português. As yields da dívida a 10 anos sobem +2,36 pontos para 0,88%. Espanha também tem os juros a subir +2,58 pontos base para 0,70% e Itália ao contrário, tem os juros em queda, -1,4 pontos base para 1,51%.

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