Os bancos de investimento que operam atualmente em Londres vão deslocar cerca de 10 mil postos de trabalho para outros países da UE, mais 20 mil entre consultores, advogados e contabilistas, prevê um relatório do think tank Bruegel.
Estes bancos oferecem atividades como emissão e negociação de dívida, ações e operações de câmbio – essenciais para o bom funcionamento do mercado financeiro. Actualmente Londres é o coração financeiro da União Europeia mas com a sua saída, as entidades locais perdem o “passaporte” da UE, que lhes permitia oferecer serviços noutros estados-membros, sem a necessidade de abrir uma filial fora.
O número de empregos que vão mudar-se para outros países vai depender tanto de fatores organizacionais como de requisitos exigidos pelos supervisores e reguladores dos estados-membros. O think tank defende que “entre 10 a 15% dos empregos vão migrar”, o que dá uma estimativa de dez mil postos de trabalho a sair do Reino Unido, a caminho dos 27.
Além disso, considerando que 35 por cento dos investimentos na banca britânicos está relacionada com os clientes da UE-27, a Bruegel estima que ativos no valor de 1,8 mil milhões de euros possam também deixar a City.
Mas não é só o Reino Unido que sai a perder. A Bruegel também adverte que as empresas e as famílias dos estados-membros vão ficar prejudicados com o brexit. Até agora, as empresas europeias foram financiadas em Londres porque era mais eficiente e mais barato.
Para amortecer o impacto, a Bruegel sugere que a UE progrida rapidamente para um mercado único, com regras harmonizadas e uma supervisão consistente e uniforme.