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Brexit, Trump, Zuckerberg e Moedas: como foi o segundo dia da Web Summit

Da possível reeleição de Donald Trump às consequências da saída do Reino Unido da União Europeia passando por acusações a Mark Zuckerberg, o segundo dia da Web Summit ficou ainda marcado pela última cimeira tecnológica de Carlos Moedas enquanto Comissário Europeu.
  • União Europeia
5 Novembro 2019, 19h10

Michel Barnier foi figura de proa no segundo dia da Web Summit. No palco principal, o negociador-chefe da União Europeia para o Brexit defendeu que Bruxelas irá exigir garantias para condições equitativas no pós-Brexit, referindo-se às futuras relações económicas entre as duas partes. “O tempo será extremamente curto para as negociações”, disse Barnier, no palco principal da Web Summit, em Lisboa. Com uma plateia composta para ouvir aquele que era um dos oradores mais aguardados do dia, acrescentou que “a UE irá exigir fortes garantias para condições equitativas. O Reino Unido não deve pensar em tarifas zero”. Michel Barnier, disse no palco central da Web Summit que continua a não perceber o que o Reino Unido ficará a ganhar com a saída. “Ainda ninguém me explicou as vantagens do Brexit”, garantiu, acrescentando, para gáudio daqueles que o escutavam: “Nem sequer o Nigel Farage.”

E Trump: será reeleito?

A ideia de que Donald Trump poderá ser reeleito presidente dos Estados Unidos daqui a um ano, derrotando um candidato democrata que ainda está por escolher, não agradará muitos à esmagadora maioria dos presentes no segundo dia da Web Summit, a avaliar pelos assobios ouvidos na Altice Arena, mas dois dos três comentadores reunidos no painel “One Year Out: Will Trump be Re-Elected?” concordaram que o cenário é tudo menos impossível. E em boa parte graças à utilização das redes sociais e dos grandes dados pelo staff do multimilionário que derrotou Hillary Clinton em 2016.

Mesmo o único a não concordar, o antigo procurador-geral dos Estados Unidos, Neal Katyal, deixou claro que só não acredita nessa possibilidade por ter a convicção de que Trump será destituído e “não poderá aparecer no boletim de voto em novembro de 2020”. Referindo-se ao atual Chefe de Estado como uma “aberração anticonstitucional”, e acusando-o de ser “corrupto” e “ilegítimo”, Katyal admitiu que o atual vice-presidente Mike Pence pode ser um candidato vitorioso.

Zuckerberg prestou “assistência à campanha de Trump”

No mesmo painél, ex-responsável da Cambridge Analytica Brittany Kaiser, fundadora da Own Your Data Foundation, defendeu que “se a campanha de Trump nos convencer a ficar em casa ele irá ganhar”, visto que, em sua opinião, “o maior problema é que há muitas pessoas que ainda não decidiram se irão votar”. Um cenário que considera ser facilitado por um dos gigantes tecnológicos. Acusando Mark Zuckerberg de estar a prestar “assistência à campanha de Trump” ao não impor limites a mensagens políticas no Facebook, explicou como há três anos pôde observar “que é fácil desinformar e tirar partido do sexismo e do racismo”, o que só não acontecerá com um “policiamento das mensagens políticas nas redes sociais”.

Ciência e inovação como “únicos motores de criação de emprego”

O universo das startups portuguesas e espanholas passa a contar a partir deste terça-feira com o apoio de um novo fundo de investimento, criado pelo Fundo Europeu de Investimento e a Instituição Financeira de Investimento e assinado com o parceiro privado, a Faber Capital.

Assinado no âmbito de mais uma edição da Web Summit, a decorrer até ao próximo dia 7, em Lisboa, o protocolo visa constituir um novo fundo de investimento no valor de 30 milhões de euros, dirigido a empresas que apostem em modelos de negócios assentes em dados digitais e desenvolvam soluções em Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data.

Para Carlos Moedas, o ainda Comissário Europeu da Ciência e Inovação, que fecha o seu exercício deixando uma proposta de 100 mil milhões de euros, importa sublinhar o crescimento assinalável do número de empresas neste ecossistema que já gerou 25 mil empregos, frisando ainda que “a ciência e a inovação são hoje os únicos motores de criação de emprego”.

Em jeito de balanço, o comissário mostra-se otimista quanto ao futuro da inovação na Europa e em Portugal, na certeza de que os portugueses, detentores de capacidades diferenciadoras, terão uma palavra a dizer.

 

 

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