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Bruno de Carvalho é suspenso, rejeita a decisão e promete resistir

Bruno de Carvalho diz que hoje vai “trabalhar normalmente”, desafiando os seus opositores a recorrem ao sistema judicial. O presidente demissionário da mesa da assembleia geral promete nomear uma comissão de gestão para assumir o poder no Sporting, o que ainda não aconteceu.
  • Bruno de Carvalho
14 Junho 2018, 07h45

O presidente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho, foi suspenso das suas funções no clube, esta quarta-feira, 13 de junho, com efeitos imediatos, num claro aumento da tensão que se vive na instituição. Em diversas declarações, rejeitou a decisão e garantiu que esta quinta-feira vai “trabalhar normalmente”, desafiando os seus opositores a recorrem ao sistema judicial. Ao início da tarde, o   presidente demissionário da mesa da assembleia geral do clube prometeu, no prazo de horas, a nomeação de uma comissão de gestão para assumir o poder no Sporting, o que ainda não aconteceu.

A decisão de suspender Bruno de Carvalho foi tomada pela comissão fiscalizadora do Sporting, nomeada pelo presidente demissionário da mesa da assembleia geral do clube, Jaime Marta Soares. Em conferência de imprensa, o economista Luís Duque e a advogada Rita Garcia Pereira, que integram a comissão, explicaram que é acusado de violação dos estatutos e da “prática de gravíssimos ilícitos disciplinares”, que “colocam em causa a própria subsistência da instituição”. A nota de culpa foi enviada na terça-feira, feriado em Lisboa, e Bruno de Carvalho fica impedido de entrar nas instalações do clube. Tem 10 dias para responder.

Em resposta, Bruno de Carvalho rejeitou a decisão e disse não reconhecer legitimidade à comissão fiscalizadora. “É uma tomada de poder à força. Aqui está a golpada que estou a falar faz 2 semanas”, afirmou, numa mensagem publicada na sua conta da rede social Facebook. De seguida, em declarações telefónicas a diferentes canais de televisão, voltou a negar a desafiou os seus contestatários a recorrer aos tribunais.

Os membros da comissão de fiscalização admitiram recorrer “às vias judiciais e coercivas”, para que a sua decisão fosse cumprida.

Em consequência da suspensão do presidente, passou a ser necessária a nomeação de uma comissão de gestão para o clube.

Ao início da tarde, o presidente da mesa de assembleia geral do Sporting, Jaime Marta Soares, garantia que a comissão de gestão do clube seria conhecida rapidamente. Citado pela agência Lusa, Jaime Marta Soares disse que tudo será “feito de acordo e com respeito pelos estatutos” e adiantou que a composição da comissão de gestão do clube seria conhecida nas “próximas horas”.

Em declarações ao Jornal Económico, fonte oficial da Holdimo acrescentava que, se Marta Soares formalizasse uma comissão de gestão do clube, Bruno de Carvalho poderia, também, ser destituído do cargo de presidente da Sporting SAD. O segundo maior acionista da sociedade anónima desportiva do Sporting explicava que Bruno de Carvalho é presidente do conselho de administração da Sporting SAD em representação das ações detidas pelo Sporting e que a comissão de gestão poderá mudar o representante do clube.

No entanto, a comissão de gestão não poderá tomar o mesmo tipo de medida em relação aos outros membros da administração da SAD. “Penso que será previsível que convoquem uma assembleia geral para a destituição dos restantes elementos. Neste momento é este o quadro”, refere a fonte da Holdimo.

Sobre a resposta de Bruno de Carvalho à suspensão, dizendo que não a reconhece, a Holdimo diz que se trata, agora, de uma questão de autoridade. “Ele [Bruno de Carvalho] disse que não vai acatar, mas agora é uma questão de autoridade. Os órgãos estão a exercer as competências que os estatutos lhe atribuem e, portanto, se houver algum impedimento terão de recorrer à autoridade pública para que se faça cumprir”, afirma.

Em pano de fundo, uma assembleia geral do clube convocada pela direção para o próximo domingo, 17 de junho, que o presidente da mesa da assembleia geral demissionário – e diversos outros sócios – consiedra ilegal, mas que,a  realizar-se, discutirá alterações aos estatutos que darão maior poder ao presidente do clube.

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