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Bruxelas abre investigação aprofundada a compra da Fitbit pela Google

Bruxelas tem agora um período de 90 dias úteis, até 9 de dezembro, para tomar uma decisão, ao abrigo do Regulamento das Concentrações da União Europeia (UE). 
  • fit bit
4 Agosto 2020, 17h38

A Comissão Europeia abriu uma investigação aprofundada para avaliar a proposta de aquisição da Fitbit pela Google por receio de que esta veja reforçada a sua posição no mercado da publicidade ‘online’.

Segundo um comunicado, Bruxelas tem agora um período de 90 dias úteis, até 09 de dezembro, para tomar uma decisão, ao abrigo do Regulamento das Concentrações da União Europeia (UE).

A Comissão Europeia receia que, com a compra da Fitbit, a Google reforce ainda mais a sua posição no mercado da publicidade ‘online’, aumentando a já vasta quantidade de dados que a Google poderia utilizar para personalizar os anúncios que serve e exibe.

Após uma primeira fase de investigação – o executivo comunitário foi notificado da transação em 15 de junho e não ficou satisfeito com as respostas submetidas pela Google em 13 de julho -, a Comissão preocupa-se com o impacto da transação no fornecimento de serviços de pesquisa e exibição de publicidade ‘online’ (a venda de espaço publicitário, respetivamente, na página de resultados de um motor de pesquisa na Internet ou noutras páginas da Internet).

O impacto no fornecimento de serviços “ad tech” (ferramentas analíticas e digitais utilizadas para facilitar a venda e compra programática de publicidade digital) é outra dúvida comunitária.

Ao adquirir a Fitbit, defende a Comissão Europeia, a Google adquiriria a base de dados mantida por esta sobre a saúde e a aptidão dos seus utilizadores e a tecnologia para desenvolver uma base de dados semelhante à da produtora de ‘smartwatches’.

A Google anunciou em 01 de novembro de 2019 um acordo para a compra da empresa norte-americana Fitbit por 2,1 mil milhões de dólares (perto de 1,9 mil milhões de euros).

O acordo pode colocar a Google em concorrência direta com a Apple e a Samsung no mercado altamente competitivo de ‘smartwatches’ e outros dispositivos móveis, mas levanta questões sobre privacidade e domínio do Google no setor da tecnologia.

O anúncio sobre a compra da Fitbit veio acompanhado da promessa de que não serão usadas informações relativas a dados pessoais, saúde e bem-estar para anúncios da Google.

A Fitbit é pioneira na tecnologia de dispositivos ‘fitness’ portáteis, fabricando uma variedade de produtos, desde detetores básicos que contam os passos diários do utilizador a ‘smartwatches’ que exibem mensagens e notificações de telefones.

Os dispositivos são utilizados em atividades como ciclismo e natação e permitem registar batimentos cardíacos e padrões de sono.

Aos utilizadores, a Fitbit pede normalmente dados como a data de nascimento, sexo, altura e peso para ajudar, por exemplo, a estimar calorias perdidas.

Algumas pessoas usam a aplicação da Fitbit para gravar o que comem e bebem.

A empresa conta com 28 milhões de utilizadores em todo o mundo e já vendeu mais de 100 milhões de dispositivos.

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