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Carlos César: CDS quer “artificialização do debate político” para ganhar terreno à direita

O líder parlamentar do PS, Carlos César, defende que o CDS-PP é hoje um partido mais radical e que se “exclui do diálogo político e parlamentar” para ganhar vantagem na corrida às eleições europeias.
  • Cristina Bernardo
15 Fevereiro 2019, 18h14

O Partido Socialista (PS) considera que a moção de censura apresentada esta sexta-feira pelo CDS-PP levou a uma “artificialização do debate político”. O líder parlamentar do PS, Carlos César, defende que o CDS-PP é hoje um partido mais radical e que se “exclui do diálogo político e parlamentar” para ganhar vantagem na corrida às eleições europeias.

“Esta moção de censura não é uma iniciativa política do CDS, que olhe de frente o país. É uma iniciativa que olha de lado o PSD. Procura sobretudo embaraçar o PSD, aproveitando-se da desorientação política que ocorre com a atual liderança e barrar partido a outros partidos considerados emergentes, como o Chega e o Aliança”, afirmou Carlos César, em declarações à imprensa.

O líder parlamentar socialista considera que o CDS se tem “radicalizado de uma forma muito imprecisa”. “É hoje um partido mais extremista e um partido que se exclui do diálogo político e parlamentar e que parece ter apenas uma intenção que é a de disputar as próximas eleições em condições privilegiados face aos restantes partidos da direita”, defende.

Carlos César dá conta de que a moção de censura do CDS “morreu praticamente antes de nascer” e já não conta para o trabalho político e decisão política no nosso país”, depois de o PCP e o Bloco de Esquerda (BE) se terem manifestado contra a iniciativa. O socialista defendeu que assistimos “à artificialização do debate político por causa da ambição política do CDS”.

“É verdade que estamos com muitas greves. Com greves a mais e greves injustas, que são greves sem coração, mas há uma grande diferença entre as greves que hoje temos e as greves que tivemos no tempo do CDS e do PSD. É que no tempo no tempo do CDS e PSD, tínhamos greves que tiravam quase tudo aos portugueses e hoje temos greves porque alguns setores acham que ainda não fizemos tudo o que poderíamos melhor”, acrescentou.

O CDS-PP decidiu avançar com uma moção de censura ao Governo devido à degradação dos serviços públicos, sobretudo no setor da saúde. “A má gestão, excesso de promessas e o sentimento de engano que se instalou, geraram o caos que vivemos neste momento com uma insatisfação social crescente e uma contestação que não para de crescer. O caso mais gritante do que se está a passar é a Saúde”, afirmou Assunção Cristas, em conferência de imprensa.

A moção de censura deve ser discutida em plenário na próxima quarta-feira, dia 20.

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