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Catarina Martins: moção de censura serve de “autoavaliação” para o CDS

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), afirmou que o CDS se está a censurar a si próprio com esta iniciativa, mas sublinhou que os protestos que se têm feito sentir são sinal de que as mudanças implementadas pelo Executivo socialista “podem ir mais longe”.
20 Fevereiro 2019, 16h24

O Bloco de Esquerda (BE) considerou esta quarta-feira que a moção de censura do CDS é uma moção de autoavaliação que o CDS faz dos anos em que esteve no Governo com o PSD. Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), afirmou que o CDS se está a censurar a si próprio com esta iniciativa, mas sublinhou que os protestos que se têm feito sentir são sinal de que as mudanças implementadas pelo Executivo socialista “podem ir mais longe”.

“Estamos num debate um pouco estranho”, começou por dizer Catarina Martins, no debate da moção de censura do CDS, na Assembleia da República. “Chama-se moção de censura ao Governo, mas a sua preponente apressou-se a explicar que não se trata bem disso. No dia em que anunciou a moção veio logo dizer que isto era para clarificar a posição do PSD, portanto, presumo que estamos numa corrida da direita”, acrescentou a coordenadora do BE.

A líder bloquista disse ainda que pode haver outra razão para a apresentação de uma moção e ao Governo: “O CDS apresentou a moção de censura escassas horas depois de um anúncio de uma investigação do Ministério Público à venda do Pavilhão Atlântico feita pelo Governo PSD/CDS, quando Assunção Cristas era a ministra da tutela”, explicou Catarina Martins.

“O Bloco já anunciou o voto contra esta iniciativa bizarra do CDS, seja isto uma iniciativa floral no campo da direita para obrigar o PSD a correr atrás do CDS ou um biombo grande para tapar o Pavilhão Atlântico ou ainda um problema de autoavaliação do CDS que está arrependido pelas vezes em que apoiou o CDS, esta moção não merece o nosso voto”, sublinhou.

Catarina Martins disse ainda que o Governo tem explicações a dar aos portugueses. “Quem contesta o Governo ou se sente desiludido, não quer o regresso dos cortes da direita, nem se revê na moção do CDS nem nestes jogos, mas está a dar um outro sinal que, esse sim, merece ser ouvido. Quem tem a expectativa de que nesta legislatura se faça melhor. É de quem acreditou numa mudança e acha que ela pode ser mais significativa. É sobre isso que o Governo e o Parlamento têm de responder”, afirmou.

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