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China acusa Evergrande de inflacionar receitas em 73 mil milhões de euros

A decisão concluiu que Xu Jiayin “tomou decisões e organizou a execução de uma fraude financeira, utilizando meios particularmente odiosos e em circunstâncias particularmente graves”.
19 Março 2024, 07h48

O regulador de valores mobiliários chinês acusou hoje a Evergrande e o seu fundador de adulterarem as receitas do grupo na China em quase 80 mil milhões de dólares (73 mil milhões de euros).

A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários (CSRC) planeia impor uma multa de 4,2 mil milhões de yuan (533 milhões de euros) à Evergrande, de acordo com um comunicado da empresa enviado à Bolsa de Valores de Shenzhen.

O regulador chinês disse ainda que vai banir o fundador e presidente da empresa, Xu Jiayin (Hui Ka Yan, em cantonês) do mercado de valores mobiliários, para sempre.

A CSRC está “a considerar uma proibição vitalícia do presidente da Evergrande, Xu Jiayin, do mercado de valores mobiliários”, informou a empresa.

A decisão concluiu que Xu Jiayin “tomou decisões e organizou a execução de uma fraude financeira, utilizando meios particularmente odiosos e em circunstâncias particularmente graves”, acrescentou.

O patrão da Evergrande “vai receber igualmente uma advertência e uma coima no valor de 47 milhões de yuan (seis milhões de euros)”, além de ser proibido de exercer atividade comercial, acrescentou a filial.

Com sede em Foshan (sul da China), a Evergrande era a maior construtora da China, empregando cerca de 70.000 pessoas a tempo inteiro no final de 2022.

A empresa acumulou dívidas ao ponto de o seu passivo ultrapassar os 300 mil milhões de dólares e tornou-se emblemática da crise no mercado imobiliário chinês, que se arrasta há vários anos e está a abalar toda a economia do país.

Incapaz de reembolsar os juros dos seus empréstimos, o Evergrande entrou em incumprimento em dezembro de 2021.

Em agosto de 2023, o grupo declarou falência nos Estados Unidos, uma medida destinada a proteger os ativos norte-americanos.

Um tribunal de Hong Kong emitiu uma ordem de liquidação para a Evergrande em janeiro, embora a empresa tenha afirmado que as operações no continente não seriam afetadas pela decisão.

Várias outras empresas imobiliárias chinesas entraram em colapso sob o peso de enormes dívidas nos últimos anos.

Os bancos chineses concederam cerca de 10.000 mil milhões de yuan (1.290 mil milhões de euros) em empréstimos ao sector imobiliário no ano passado, mas os analistas avisam que a crise está longe de ter terminado.

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