Na operação de aumento de capital da Cofina ficaram por subscrever 6.371.478 ações, de um total de 188 milhões de ações, que tinham um preço unitário de 0,45 euros, segundo informou a empresa em comunicado enviado à CMVM, a pedido do regulador de mercado.
Isto significa que a Cofina não conseguiu levantar no mercado apenas 2,867 milhões de euros do aumento de capital de 85 milhões que servia para financiar a compra da dona da TVI.
O comunicado enviado à CMVM revela que a Cofina conseguiu receber ordens de acionistas e investidores para ficarem com 182 milhões das novas ações, o que corresponderia a um investimento de 82,1 milhões, ou cerca de 96% do montante.
As ordens recebidas por exercício de direitos de subscrição somaram 167.378.972, a que se juntam ordens recebidas para subscrição em rateio de 15.138.439, o que perfaz 182.517.411 de ordens subscritas.
“Relativamente à oferta particular para colocação das ações sobrantes, cuja possibilidade se encontrava prevista no prospeto da oferta pública de subscrição, a Cofina entendeu, depois de todos os esforços feitos e contactos realizados infrutiferamente junto de potenciais investidores ao longo deste período, bem como, conforme já comunicado ao mercado, tendo em consideração a recente e significativa deterioração das condições de mercado, que não estavam reunidas as condições para o sucesso da oferta particular”, explicou a Cofina ao mercado em comunicado.
“A Oferta encontrava-se subordinada à subscrição completa do aumento de capital no âmbito da Oferta ou no âmbito da oferta particular junto de investidores institucionais, caso esta viesse a ser realizada”, explica a dona do Correio da Manhã e do Jornal de Negócios.
Nesta medida, e não tendo sido verificada a condição de subscrição integral do aumento de capital, a Oferta ficou sem efeito, volta a afirmar a Cofina.
Conforme previsto no prospeto, o montante entregue pelos investidores no momento da emissão das respetivas ordens será colocado à respetiva disposição pelos intermediários financeiros junto dos quais tenham emitido as suas ordens.
O aumento de capital que a Cofina iria realizar, por oferta pública de subscrição, era condição essencial para que se concretizasse a compra de 95% da Media Capital à Prisa. A seguir haveria uma oferta pública de aquisição para a Cofina ficar com os restantes 5%.
A empresa espanhola já veio entretanto dizer que vai iniciar ações legais contra a dona do Correio da Manhã por alegada violação do contrato assinado em 20 de setembro de 2019 e alterado em 23 de dezembro de 2019.
A operação que ficou pelo caminho, previa que os três (Paulo Fernandes, Mário Ferreira da Douro Azul e Abanca) ficassem com cerca de 51% da Cofina que integraria a Media Capital.
O empresário Mário Ferreira, que entrou no aumento de capital através da Pluris Investments, tinha acordado entrar com 20 milhões de euros.
Se o aumento de capital tivesse tido sucesso o dono da Douro Azul tornar-se-ia no segundo maior acionista da Cofina, ficando com 15%. O empresário do setor do turismo, que se mostrou supreendido com a decisão da Cofina, disse ao Jornal Económico que “da minha parte cumpri com aquilo a que me comprometi, subscrevi todo o montante do capital que me pediram e me facultaram para subscrever”.
Pelo caminho fica ainda um financiamento de 170 milhões que iria ser concedido pelo Santander e Société Génerale.
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