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Crescimento económico da zona euro defrauda expetativas

A economia da Alemanha registou um crescimento abaixo do esperado e está a influenciar o PIB do conjunto dos países da moeda única.
  • Francois Lenoir/Reuters
14 Fevereiro 2017, 13h16

A economia europeia fechou o ano passado com uma desaceleração, sendo que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro cresceu 0,4% nos últimos três meses de 2016 face ao trimestre anterior. Os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat significam uma revisão em baixa em relação à estimativa inicial publicada no mês passado.

Face ao mesmo período de 2015, o PIB da zona euro não foi além dos 1,7%, uma desaceleração em relação aos 1,8% registados no trimestre anterior face ao período homólogo. Já em relação à União Europeia, o PIB fixou-se nos 0,5% na comparação em cadeia e nos 1,8% em relação ao período homólogo.

“Com todos os riscos que têm assolado a Europa, entre eleições, Brexit e mais recentemente o perigo de diminuição das exportações para os EUA, hoje tivemos mais um dado negativo”, afirma o gestor da corretora XTB, Henrique Romão Dias, em relação aos dados. “A contribuir fortemente para a redução do crescimento europeu esteve a economia alemã que cresceu muito menos que o esperado”.

Impulso alemão fica abaixo do esperado

A Alemanha destaca-se dos restantes países com um PIB de 0,4% no último trimestre de 2016 face ao trimestre anterior e de 1.8% face ao período homólogo. No conjunto do ano, o crescimento foi 1,9%. Apesar de a Alemanha continua a impulsionar a zona euro, o crescimento ficou abaixo das expetativas dos analistas.

“Também os dados relativos ao índice de sentimento económico alemão foram divulgados piores que o esperado, mostrando que os investidores se encontram receosos relativamente ao futuro da maior economia europeia”, acrescenta Henrique Romão Dias.

No conjunto dos gigantes da zona euro, França cresce abaixo da média, com um PIB de 1,1% em relação ao mesmo período de 2015. Itália registou uma manutenção do crescimento homólogo (1,1%), enquanto o crescimento de Espanha continua a ser o mais elevado dos países da moeda única, apesar da desaceleração para 3%, comparando com 3,2% no trimestre anterior.

O crescimento económico em Portugal foi de 0,6% em cadeia e 1,9% em relação ao homólogo, um crescimento também acima da média europeia. Os dados do Eurostat correspondem aos do INE divulgados também hoje e que fixam o crescimento da economia nacional no conjunto de 2016, nos 1,4%.  “Esta aceleração do PIB resultou do aumento do contributo da procura interna, observando-se uma recuperação do Investimento e um crescimento mais intenso do consumo privado”, refere o relatório do INE.

Produção industrial cai para níveis de há quase cinco anos

A produção industrial nos países da zona euro registou a maior queda desde setembro de 2012, segundo dados do Eurostat divulgados também esta terça-feira. A descida na produção industrial foi de 1,6% em dezembro de 2016, face ao mês anterior e de 2% na comparação homóloga. Contrariando a tendência, Portugal ficou entre os países onde a produção industrial foi positiva.

Na União Europeia, o recuo em cadeia no setor foi de 1% em dezembro e de 2,9% no homólogo. No acumulado de 2016, a produção industrial cresceu 1,3% na zona euro e 1,4% na UE. De acordo com o gabinete europeu de estatísticas, a descida foi influenciada pela produção de bens de capital, energia e bens não-duradouros de consumo.

A Irlanda lidera a lista de países onde a produção industrial mais caiu, com um recuo de 11,7%, seguida da Alemanha, onde a descida foi de 3,1%. Por outro lado, os países onde o crescimento foi maior são a Croácia, a Grécia e Malta. Em Portugal, a produção industrial aumentou 1,2% no final do ano face aos meses anteriores e 5,7% em relação a dezembro de 2015.

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