Os CTT – Correios de Portugal anunciaram na segunda-feira, 6 de abril, que não iriam distribuir dividendos pelos acionistas, uma decisão que teve origem no atual contexto de incerteza económica, mas também num cenário futuro nada animador para a empresa liderada por João Bento. A operadora postal não revelou, mas deu a entender ter os cálculos feitos: “os CTT preveem quedas nos rendimentos do correio, encomendas B2B e serviços financeiros durante os próximos meses”.
A previsão de quebras consta no mesmo comunicado em que a empresa anunciou a suspensão do dividendo de 0,11 euros por ação. Já sobre o horizonte temporal que compreende a expressão “próximos meses”, os CTT indicaram que dependerá “da duração e severidade das restrições decorrentes do Estado de Emergência” nos países onde operam.
A operadora postal revelou também que já sente quebras nas áreas do correio internacional, do correio registado e publicitário, bem como nas subscrições de títulos de dívida pública, devido à “limitação dos fluxos internacionais de mercadorias, pela redução sem precedentes da atividade de retalho e pelas restrições nas operações e fluxos comerciais e de particulares”.
Contudo, “as encomendas dão sinais de resiliência em Portgual, sendo a queda de tráfego B2B [segmento empresarial] parcialmente compensada pelo tráfego B2C [segmento de consumo], devido ao comércio eletrónico”.
Particularmente, no comércio eletrónico, os CTT salientaram que essa compensação é suportada por um “conjunto de iniciativas”, como o serviço “Criação de lojas online”, um serviço criado há apenas duas semanas direcionado para lojas online de pequenas e médias empresas, que já conta com mais de 500 lojas registadas.
Para suportar as quebras previstas, a operadora postal também revelou que tem em curso um programa “de redução de gastos operacionais e de investimento”, para “mitigar a expectável queda de rendimentos”. Esse programa de contenção de custos inclui o adiamento de projetos que não são prioritários, bem como a “redução progressiva dos contratos a termo, a gestão do gozo de férias não utilizadas pelos trabalhadores e restrições dos gastos com fornecimentos e serviços externos”, entre outras reduções.
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