Employer Branding: como se destacar na multidão?

Com base nos dados do Top Employers Institute, o employer brand tem sido assumido como uma das principais prioridades das organizações, procurando encontrar a combinação certa entre visão, missão, cultura organizacional, autenticidade e comunicação, para conseguir destacar-se de outros empregadores.

O employer branding tem necessariamente de estar vinculado ao que os colaboradores vivem na organização. Este fator é fundamental para consolidar uma marca de empregador autêntica e diferenciadora, devendo ser traduzido num plano de comunicação e marketing. Como tal, a estratégia de employer brand deve surgir de um esforço colaborativo entre o departamento de gestão de pessoas, o departamento de marketing e comunicação.

O departamento de gestão de pessoas, para além da implementação de políticas e práticas de recursos humanos que impactem positivamente a experiência dos colaboradores, deve garantir que a cultura organizacional está consolidada, e que os colaboradores são os principais embaixadores da organização. Para tal, é essencial proporcionar aos líderes o apoio que necessitam, não só na construção de relações construtivas com os membros das suas equipas, mas também no modo como consolidam as políticas e práticas de gestão de pessoas.

Ao departamento de marketing cabe estabelecer e desenvolver um plano de impacto interno e externo que reforce a perceção dos aspetos mais valorizados pelos colaboradores, bem como, os aspetos que melhor distinguem a organização de outros empregadores.

Desta forma, segue-se um conjunto de medidas essenciais para distinguir o employer brand da sua organização:

O employee value proposition (EVP) no núcleo do employer brand: aproximadamente 80% das organizações Top Employers em todo o mundo, têm a proposta de valor ao empregado como uma ferramenta central do employer brand. Uma proposta de valor consistente deve incluir um processo de escuta eficaz, razão pela qual é fundamental envolver ativamente representantes dos diferentes grupos de colaboradores na definição desta proposta, avaliando as necessidades, aspirações e experiências atuais de trabalho e na organização. Neste processo, é relevante segmentar as amostras de colaboradores e analisar se há lacunas entre a visão da organização e a do colaborador.

Mapear e medir a experiência do colaborador: o EVP não é apenas resultado de um exercício isolado. Cerca de 72% das organizações Top Employers potenciam esta ferramenta avaliando periodicamente o EVP através dos colaboradores, 46% deles utilizam ferramentas tão eficazes como o mapeamento da experiência do colaborador, que detalha a perceção do colaborador em cada etapa da sua jornada no relacionamento com a organização. Deste modo, conseguem otimizar a experiência do colaborador e simultaneamente consolidar a proposta de valor ao empregado. Ainda, cerca de 79% dos Top Employers medem a experiência dos novos colaboradores, no seu processo de on-boarding. Aproximadamente 40% dos Top Employers analisa também nas primeiras semanas, se a perceção de trabalho que tinham antes de entrar se corresponde à sua experiência real.

Mapear e medir a experiência do candidato: aproximadamente 89% dos Top Employers mapeiam e revêm os principais momentos do seu processo de aquisição de talento, de modo a estarem alinhados com os pilares ou características-chave da sua organização. Já 70% dos Top Employers estudam o percurso do candidato para melhorá-lo, tendo em consideração como será a experiência subjetiva, e a experiência do ponto de vista do candidato. As informações adquiridas, são utilizadas para melhorar ativamente o processo em cada um dos pontos de contato.  Ainda, 70% dos Top Employers globais mede sistematicamente a sua reputação enquanto empregador com recurso à opinião de potenciais candidatos. Com isto, conseguem melhorar a experiência do candidato para que seja ágil, atraente e represente os valores da sua organização.

Fortalecer a estratégia de employer brand: em tempos Sócrates, com muito bom senso, deixou-nos esta reflexão: “A maneira de obter uma boa reputação é tentar ser o que quer parecer.” A consonância entre o que dizemos ser e o que realmente somos é o que gera confiança na marca empregadora. As organizações Top Employer, investem tempo e recursos para com entusiasmo embarcarem num processo de melhoria contínua e entregar efetivamente aquilo que prometem.

Conteúdo publicado no suplemento comercial Top Employers, distribuído com a edição do Jornal de Económico de 17 de fevereiro