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Empresas espanholas querem construir TGV em Portugal

Do total dos cinco consórcios interessados em construir o primeiro troço do TGV, quatro têm empresas espanholas. Sem material circulante presente no contrato, a espanhola Renfe também poderá querer entrar em Portugal, de forma a combater a CP.
29 Janeiro 2024, 10h54

O Governo português lançou o concurso para o primeiro troço da Linha da Alta Velocidade a 12 de janeiro, num orçamento global de quase dois mil milhões de euros, que terá o apoio de fundos europeus. Ora, lançada a primeira linha de combate à rápida deslocação ferroviária, há empresas espanholas interessadas no concurso.

Segundo o “El Economista”, a Acciona, FCC e Ferrovial estão preparadas a unir forças num consórcio para vencer este concurso. Tudo indica que estas três construtoras espanholas estão disponíveis a adicionar um grupo português ou fundo de investimento ao consórcio.

Os dados iniciais mostram a presença de cinco consórcios interessados, existindo a presença de empresas espanholas em quatro destes grupos.

O espanhol Azvi aliou-se à italiana Webuild (ex-Salini Impregilo), ao britânico John Laing e a três empresas portuguesas (Ascendi, Tecnovia e TIIC) para outro consórcio; a OHLA juntou-se à catalã Comsa e às francesas NGE e TSO; a Sacyr uniu forças com a DST (Domingos da Silva Teixeira), ACA Engenharia e Construção, a Somague e Neopul.

Mas as espanholas enfrentam um consórcio composto por portuguesas que não está para brincadeiras. É que a Mota-Engil e a Teixeira Duarte voltaram a unir forças para concorrer à construção do troço Porto-Oiã, o primeiro do TGV em Portugal. A estas juntaram-se ainda a Casais, Conduril, Gabriel Couto e Alves Ribeiro.

Porquê o interesse no TGV português?

Apesar de serem cinco anos de construção do troço, a empreitada prevê ainda 25 anos para a manutenção da plataforma. Ou seja, tratam-se de 25 anos de concessão para o consórcio vencedor.

Os consórcios e empresas que pretendam concorrer à construção da linha de Alta Velocidade Porto-Oiã terão de apresentar as suas propostas até 13 de junho, um prazo definido pelas Infraestruturas de Portugal.

No entanto, este concurso deixa de fora os contratos de material circulante. Esta pode ser mais uma oportunidade de entrada das empresas espanholas em Portugal, como a Talgo ou CAF, com a exploração das carruagens a ficar a cargo da Renfe, também espanhola. Neste caso, a Renfe poderá competir com a CP – Comboios de Portugal, que detém a exploração das linhas nacionais.

O Banco Europeu de Investimento comprometeu-se em financiar o troço Porto-Aveiro com 625 milhões de euros, aos quais devem acrescer 480 milhões de euros em fundos europeus requeridos pelo Estado português. Por sua vez, Portugal deve contribuir com 150 milhões de euros, já estabelecidos no OE2024, enquanto 723 milhões correspondem a iniciativa privada.

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