Aníbal Cavaco Silva apresenta esta quinta-feira o segundo volume de “Quinta-Feira e Outros dias” com o subtítulo “Da Coligação à “Geringonça”, obra em que faz revelações sobre as crises políticas do Governo PSD/CDS-PP e a formação do Governo atual. Nesse capítulo, o antigo Presidente da República garante que António Costa, já enquanto líder do PS (a 10 de outubro de 2014), dissera a Cavaco Silva que “a propósito das opções estratégicas no plano externo (…) entendimentos com o PCP e o BE seriam impossíveis”.
Cavaco Silva acusa Paulo Portas de “infantilidade pouco patriótica”
No capítulo 14, com o título “A Demissão Irrevogável de um Ministro”, Cavaco Silva recorda o episódio da demissão do antigo líder do CDS-PP enquanto ministro do Governo de Pedro Passos Coelho, uma vez que ” estava incomodado com a escolha de Maria Luís Albuquerque para Ministra das Finanças, porque ela iria ser a continuação da política de Vítor Gaspar”. “A decisão de Paulo Portas era completo absurdo. Fazer um comunicado anunciando a demissão em cima da posse da nova Ministra das Finanças, que teria lugar uma hora depois, parecia-me uma infantilidade pouco patriótica. Visava, propositadamente, destruir a credibilidade da nova titular da pasta, quer no plano interno, quer no plano externo. Absolutamente inaceitável!”, realça Cavaco Silva.
Primeiro ano do Governo de Costa “não foi bom para o país”
No capítulo 22, o antigo Presidente da República caracteriza o primeiro ano do Governo do PS como negativo. “Não foi bom para o país. O poder político construiu sobre as dificuldades de 2016 uma narrativa culpabilizadora do Governo anterior do Primeiro-Ministro Passos Coelho, precisamente o Executivo que criara as condições para um novo ciclo de crescimento e de melhoria do bem-estar dos portugueses e retirara Portugal da situação de pré-bancarrota a que o Governo socialista de José Sócrates, contra todos os avisos, conduzira o País”.
Cavaco Silva garante que, tal como “antevira em dezembro de 2015, no campo económico a realidade derrotou a ideologia. Mas não sem custos para os Portugueses. A ostensiva retórica do “virar a página da austeridade” permitiu iludir durante algum tempo, mas não todo. No princípio de 2017, já muitos tinham percebido que, virada a página apenas para alguns, a austeridade continuava patente na ausência de investimento público, nas cativações, na deterioração da qualidade dos serviços públicos e nos impostos, com a carga fiscal a crescer para níveis nunca vistos”.
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