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Eslovénia: mais um país da União Europeia nas mãos de um eurocético

O ex-primeiro ministro Janes Jansa concentrou a sua campanha eleitoral na rejeição da imigração. Mas a pulverização dos votos vai obrigar a coligações.
5 Junho 2018, 08h45

Outro eurocético vai estar à frente de um país da União Europeia: Janez Jansa, líder do Partido Democrático Esloveno (SDS), ganhou as eleições legislativas na Eslovénia (que aderiu em maio de 2004), com 25,03% dos votos.

A pulverização dos votos vai obrigar, em princípio, a que Jansa tenha que procurar um parceiro para formar governo, mas os jornais afirmam que o líder eurocético pode ter alguma dificuldade em consegui-lo, por causa da linguagem que usou ao longo da campanha – considerada próxima das pouco esclarecidas tiradas do presidente norte-americano, Donald Trump.

Nacionalismo e xenofobia marcaram os dias de campanha de Janez Jansa – matérias que costumam ser muito apreciadas pelo eleitorado do país. A sua utilização é desde logo um desafio à União Europeia, que tem feito tudo para interromper a onda eurocética que está a varrer algumas geografias da Europa – como é o caso mais evidente de Itália, onde a Comissão Europeia se preocupou em intervir de forma pouco velada a favor de um governo de centro.

Jansa, de 59 anos, tem insistido publicamente que colocará os eslovenos “em primeiro lugar” e não se cansou de elogiar o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, outro ultranacionalista e xenófobo. Como ele, também assegurou que v ai construir barreiras físicas ao longo da fronteira da Eslovénia, para barrar a entrada de imigrantes e refugiados no país.

Tal como na Hungria, a Eslovénia também considera maioritariamente que a Europa está a ser alvo de uma invasão da parte de africanos e asiáticos e que os poderes instalados em Bruxelas, em vez de a isso obviarem, faz tudo para lhes facilitar a entrada.

Na região, até a Áustria acabou por cair nas mãos de um eurocético que centra o seu discurso na recusa da imigração e dos refugiados: Sebastian Kurz, líder do governo.

Quem por certo estará com uma enorme dor de cabeça é o presidente do país, Borut Pahor, um pró-europeu que defende a inclusão na União Europeia de alguns dos países com os quais a Eslovénia fazia parte da antiga Iugoslávia: os países balcânicos, que estão numa fase de pré-adesão, mas que contam com pareceres desfavoráveis de alguns dos membros do agregado.

Depois que o Partido Democrático Esloveno, os resultados das eleições determinaram o segundo lugar para o partido de Marjan Sarec (personagem ligada à TV, de centro-direita, que disputou e perdeu as eleições presidenciais do ano passado, com 13%), o Partido Social Democrata (10%) e Partido do Centro Modern (10%), formação que era o até agora primeiro-ministro Miro Cerar, e a esquerda (10%). Existem mais sete outros partidos que elegeram deputados.

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