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“Este ano teremos forte atividade na área das reestruturações de empresas”

O líder da consultora considera que este ano haverá um aumento da atividade nas reestruturações, com o fim das “medidas artificiais” que foram implementadas pelos governos europeus nos últimos anos e que permitiram a muitas empresas adiar esse passo. Imobiliário, construção e turismo serão alguns dos sectores onde haverá mais operações de reestruturação, segundo Rui Pedro Almeida.
13 Abril 2024, 08h00

Em 2023 houve um aumento das reestruturações e insolvências, devido a fatores como a subida das taxas de juro, os problemas nas cadeias logísticas e outros elementos que condicionaram a atividade das empresas?
Sim. Já o ano de 2022 trouxe sentimentos mistos a muitos setores e indústrias. No ano de recuperação do COVID, um fulgor consumista que sucedia um período de isolamento foi perturbado por um contexto de guerra na Europa. Com o passar do tempo, em finais de 2022 e princípio de 2023, consolidou-se a perceção de que estas perturbações tinham vindo para ficar. O aumento do preço da energia, o crescimento generalizado dos custos com os fatores de produção (designadamente o fator trabalho) e a perturbação nas cadeias de abastecimento, colocaram as atividades económicas sob uma enorme pressão quanto à sua rendibilidade e sustentabilidade. As empresas portuguesas, tradicionalmente alavancadas em excesso e com falta de capital, começaram, pois, a sentir dificuldades acrescidas, o que levou a que em 2023 disparassem as insolvências.

Quais as perspetivas para 2024?
Não espero que em 2024 venhamos a ter um cenário de grande agravamento. Penso que já se encontram assimilados os impactos da guerra na Ucrânia, nomeadamente ao nível das cadeias de abastecimento, mas também em termos de uma maior autonomia energética. Por outro lado, o controlo da inflação parece estar já assegurado. Seguir-se-á a descida da taxa de juro, que será paulatina, mas espera-se que consistente e sem retrocessos, aliviando o endividamento das empresas e a sua capacidade de cumprir.

E em relação a operações de reestruturação?
Em 2024, penso que teremos uma forte atividade na área das reestruturações. Foi sendo sucessivamente adiado este momento, fruto de medidas artificiais de apoio dados pelos Estados pela Europa fora, que possibilitaram salvar muitas empresas e postos de trabalho, num período mais delicado da economia, durante e no imediatamente pós-pandemia. Agora, as empresas ver-se-ão confrontadas com a realidade pós-crise sanitária e dentro de uma outra crise política e económica, em que terão de se adaptar.

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