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EUA: adiamento da votação do Congresso dá esperança à aprovação de novo pacote de estímulos

Depois de meses de impasse, a Câmara dos Representantes, de maioria democrata, decidiu não votar um pacote que estava condenado ao fracasso quando subisse ao Senado, de maioria republicana. O adiamento é visto como um sinal de avanços nas negociações entre Nancy Pelosi e Steve Mnuchin, ou seja, entre os democratas do Congresso e a Casa Branca.
  • Brendan Smialowski/AFP/Getty
1 Outubro 2020, 18h10

Parece um paradoxo, mas não é: o adiamento da votação na Câmara dos Representantes do pacote de estímulos à economia americana pode significar uma maior probabilidade de um acordo ser atingido entre democratas e republicanos, isto numa altura em que expiraram já os apoios aprovados em maio.

Dada a incapacidade de democratas e republicanos de chegarem a um compromisso relativamente às medidas de recuperação da economia americana, a probabilidade de o Congresso fazer chegar à Casa Branca um conjunto de medidas abrangentes de combate à degradação que trouxe a crise pandémica é bastante baixa.

A Câmara dos Representantes, de maioria democrata, pretende um envelope legislativo que contenha, entre outros, um apoio ao desemprego que esbarra nas intenções republicanas. Ao contrário dos estímulos às famílias, atribuídos na forma de um pagamento de 1.200 dólares (1.020 euros), que parece reunir o consenso de ambos os partidos, o subsídio de desemprego federal de 600 dólares (510 euros) encontra resistência por parte dos legisladores republicanos, que estão relutantes em pagar às pessoas para que não trabalhem.

Assim, qualquer projeto de lei que passasse na Câmara encontraria rejeição no Senado, tal como o seu líder, o senador republicano Mitch McConnell, já havia adiantado. Como tal, a decisão de Nancy Pelosi, a presidente democrata da Câmara, de adiar a votação permite aos congressistas democratas ganhar algum tempo nas negociações com o Secretário do Tesouro, Steve Mnuchin.

No entanto, o Congresso suspenderá trabalhos a partir de dia 2 de outubro, esta sexta-feira, em antecipação das eleições presidenciais de novembro.

A Goldman Sachs antecipa numa nota de pesquisa que, caso a eleição não traga grandes alterações à composição dos órgãos legislativos dos EUA, o Congresso talvez aprove “um conjunto limitado de medidas” ainda este ano. Em caso contrário, o departamento de economia do banco norte-americano prevê que o pacote seja aprovado apenas em 2021.

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