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Europa tem de “acelerar” transição energética para não ser ultrapassada pelos EUA

Planos europeus de fomento à transição energética não podem reduzir a competitividade da Europa, defendeu hoje o CEO da EDP.
30 Maio 2023, 17h07

O presidente-executivo da EDP defendeu hoje que a União Europeia tem de “acelerar” os seus planos de apoio ao investimento em transição energética para não ser ultrapassada pelos Estados Unidos da América.

Miguel Stilwell d’Andrade considera que o programa de investimento norte-americano Inflation Reduction Act (IRA) é o mais “consequente” já tomado nos EUA neste campo: “é simples, direto, (…) traz previsibilidade de longo prazo” e com potencial para aumentar a potência eólica, solar, eólica offshore, hidrogénio verde e armazenamento.

“Durante muitos anos, muitas empresas pediram ao Governo norte-americano para cumprir as metas do acordo de Paris. Este é um grande passo. Nos próximos 10 anos sabemos exatamente com o que contar em termos fiscais”, disse hoje o líder da elétrica durante a Lisbon Energy Summit que decorre esta semana na capital.

“Isto coloca a fasquia bem elevada. Houve algumas críticas na Europa – ‘a Europa está a perder competitividade face aos EUA?’ – mas é preciso aumentar a fasquia para todos. É ótimo o que os EUA estão a fazer; a Europa tem de acelerar”, defendeu.

Sobre os congéneres europeus, os pacotes Net Zero Industry Act e o Critical Raw Materials Act, apontou que são “Importantes” e um complemento ao Repower EU, mas que é “preciso ter cuidado para que sejam facilitadores e não bloqueadores. Ainda há muitos detalhes a serem discutidos, para que não restrinjam a capacidade de construir mais renováveis na Europa. Não precisamos de voltar a inventar a roda; é difícil replicar os EUA, é dificil fazer os créditos fiscais porque a Europa não tem um sistema fiscal comum, mas a Europa precisa de estar muito mais focada em simplificar procedimentos de licenciamento, garantindo que as empresas consigam investir capital para a execução ser rápida e eficaz”.

Os pacotes europeus têm de ser construídos de uma forma “sensata” para que não seja criada mais “burocracia” e não podem “reduzir a competitividade” da Europa, assim como também não podem colocar em causa as metas europeias de renováveis.

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