O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) considerou hoje que o valor e a evolução das remessas dos últimos anos, que valeu 1,7% do PIB em 2021, mostra “uma diáspora ativa e dinâmica, que investe no seu país”.
“Além das questões afetivas, os dados referentes às remessas demonstram uma diáspora ativa e dinâmica, que investe no seu país, e que terá a expectativa de voltar a Portugal”, disse o MNE à Lusa, a propósito do Dia Internacional das Remessas Familiares, que se assinala hoje.
Os dados divulgados mensalmente pelo Banco de Portugal sobre o valor que os emigrantes enviam para Portugal mostra um aumento de 1,8% em 2021 face ao valor do ano anterior, ultrapassando os 3 mil milhões de euros.
“Portugal foi mesmo um dos Estados-membros da União Europeia que apresentou os valores mais altos, no que diz respeito a remessas recebidas”, acrescenta o MNE, apontando que “as comunidades portuguesas da Suíça, de França e do Reino Unido lideram o ranking das transferências de rendimentos para Portugal”.
Estes dados, conclui o Governo, “são o espelho da forte ligação que os emigrantes portugueses mantêm com o seu país”.
Entre janeiro e março (o primeiro trimestre), os emigrantes enviaram praticamente o mesmo valor dos primeiros três meses do ano passado, que passou de 877,9 milhões para 877,8 milhões de euros, uma ligeira redução de 0,01%.
Em sentido inverso, as verbas enviadas pelos trabalhadores estrangeiros em Portugal aumentaram 8,9%, ao passarem de 120,3 milhões de euros, de janeiro a março de 2021, para 131,08 milhões no primeiro trimestre deste ano.
No ano passado, as remessas de emigrantes cresceram 1,8% para bater o recorde desde 2001, chegando aos 3.677,7 milhões de euros em 2021, o melhor ano desde que há euro, de acordo com os dados do Banco de Portugal.
De acordo com os números do Banco de Portugal, obtidos a partir das séries estatísticas do Instituto Nacional de Estatística, e disponíveis no site do regulador financeiro, os emigrantes portugueses fizeram a maior contribuição desde 2001, ao enviarem 3.677,7 milhões de euros no ano passado, o que dá uma média de 306,48 milhões de euros mensais, e representa uma subida de 1,79% face aos 3.612,8 milhões enviados em 2020.
O mês de julho foi o mais proveitoso, em termos de entrada de remessas em Portugal, com os emigrantes a enviarem 366,8 milhões de euros, o valor mensal mais alto desde julho de 2019.
Em termos dos países que mais contribuíram para este resultado histórico, a Suíça e a França destacam-se, como de costume, valendo mais de 2 mil milhões de euros em remessas enviadas para Portugal.
Os emigrantes portugueses na Suíça enviaram 1.051 milhões de euros durante o ano passado, ao passo que os emigrantes radicados em França enviaram 1.023 milhões de euros para Portugal, com o Reino Unido e Angola a ocuparem o terceiro e quarto lugares na lista dos maiores contribuintes de remessas.
As ‘remessas de emigrantes’ são uma classificação estatística do Banco de Portugal, incluem-se na rubrica mais alargada ‘transferências pessoais’, e são obtidas através de um conjunto de cálculos e estimativas que levam em conta a população empregue num determinado país estrangeiro, o histórico do valor transferido e outros indicadores.
O valor apresentado mensalmente pelo Banco de Portugal para o envio de verbas dos emigrantes portugueses e dos imigrantes em Portugal é uma estimativa do valor real, e não um valor observado, dado que não há uma obrigação de reporte, nem dos bancos, nem de instituições financeiras de transferências de dinheiro.
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