[weglot_switcher]

Fórum para a Competitividade pode rever previsões em alta se “indicadores promissores” se confirmem

O organismo sublinha a incerteza que ainda reina na economia nacional e europeia, mas reconhece as perspetivas positivas para o futuro próximo. Outro aspeto positivo para Portugal prende-se com a subida da dívida pública nalgumas dos mais importantes Estados-membros da UE.
1 Junho 2021, 18h38

O Fórum para a Competitividade admite a possibilidade de rever em alta as suas projeções para o crescimento económico português em 2021, dadas as perspetivas de recuperação na segunda metade do ano. Na nota de conjuntura de maio, o organismo salienta a elevada incerteza em torno dos próximos meses da economia nacional.

O segundo trimestre do ano apresenta condições de recuperação e indicadores promissores, destacando a publicação a confiança dos agentes económicos e o comportamento das vendas a retalho. A confirmarem-se, informa o fórum, será feita “uma revisão em alta das nossas estimativas para o conjunto do ano”.

Ainda assim, este cenário está fortemente condicionado por duas variáveis principais, os atrasos na chegada dos fundos europeus e a incógnita em termos de falências e desemprego que têm vindo a ser adiados elas medidas de contenção dos efeitos económicos da pandemia. A acrescentar a estes, a recuperação do turismo nacional já neste verão permanece envolta em incerteza.

O fórum reconhece, não obstante, a evolução positiva da campanha de vacinação nacional, cuja aceleração nos últimos meses coloca o país mais perto de “de atingir a meta dos 70% de adultos vacinados antes do fim do verão”. No entanto, é feita uma sugestão: a de definir como meta os 120% da vacinação verificada no restante bloco europeu, de forma a aumentar a atração do país enquanto destino turístico.

A recuperação da economia portuguesa torna-se ainda mais relevante dada a queda do crescimento no primeiro trimestre, que foi mesmo a maior da zona euro. Apesar de reforçar a incerteza do cenário atual e o efeito base de vários indicadores positivos em abril deste ano, a subida de 28,3% das vendas a retalho em abril sustenta a ideia de retoma.

Olhando para as contas nacionais, o fórum destaca a proximidade da dívida pública portuguesa da francesa, o que poderá conferir “um escudo protetor para a dívida nacional”. Esta aproximação ocorreu com vários países que em 2019 se encontravam na casa dos 20 pontos percentuais (p.p.) de diferença em relação à dívida portuguesa, mas que, com a pandemia e a necessidade de apoiar os tecidos económicos de cada Estado-membro, se aproximaram do rácio português.

Este foi precisamente o cenário francês, que passou para os 116,4% de dívida pública, o que alivia alguma da pressão europeia sobre as contas portuguesas. Outro facto referido pela nota do fórum prende-se com a passagem de vários países da barreira dos 100% de rácio entre dívida e PIB, alargando este grupo de três para sete países.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.