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Grécia recusa ajudar navio iraniano após aviso dos Estados Unidos

Antes de o governo grego recusar receber o navio, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha ameaçado com sanções qualquer país que ajudasse o petroleiro.
21 Agosto 2019, 16h19

O petroleiro Adrian Darya-1 partiu de Gibraltar no domingo, 19 de agosto, e tinha como destino o porto grego Kalamata. Sob suspeita de carregar petróleo para a Síria, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros grego, Miltiadis Varvitsiotis, declarou que o seu país “não estava com vontade de ajudar o percurso deste navio para a Síria”.

Antes de o governo grego recusar receber o navio, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha ameaçado com sanções qualquer país que ajudasse o petroleiro. Já o Irão admitiu que estava disposto a enviar forças navais para escoltar o navio.

Miltiadis Varvitsiotis confirmou que os EUA têm pressionado a Grécia a recusar ajuda ao petroleiro enquanto o Irão nega conversações com o executivo helénico. Além disso, o petroleiro, que carrega dois milhões de barris de crude, é demasiado grande para qualquer porto grego.

Os EUA suspeitam que o Adrian Darya-1 esteja ligado à Guarda Revolucionária do Irão, um ramo das forças armadas iranianas que os norte-americanos consideram terrorista. Como tal, Washington quer bloquear-lhes recursos para impedir “campanhas de terror”.

O Adrian Darya-1 partiu após ter sido intercetado a 4 de julho com o apoio dos ‘marines’. Apesar dos pedidos de última hora dos Estados Unidos (EUA), Gibraltar levantou a ordem de detenção e ele seguiu pelo Mediterrâneo dentro, estando atualmente a norte do porto argelino de Oran.

O navio, em vez de seguir a rota mais curta pelo canal do Suez, deu a volta à África, demorando dois meses e meio a chegar à Gibraltar, tendo partido a 17 de abril. Samir Madani, fundador do sítio de tráfego marítimo TankerTrackers.com, disse à “BBC” que o intuito é que o navio chegue à Síria e comece a distribuir o petróleo pelo Mediterrâneo em barcos mais pequenos. No entanto, para voltar ao Irão precisa de descarregar cerca de um milhão de barris, precisando provavelmente de ajuda de outro petroleiro iraniano, conforme explicou a mesma fonte.

Desde que a Administração Trump decidiu retirar os EUA do acordo nuclear de 2015 com o Irão, no ano passado, que as tensões entre os aliados e o Irão têm aumentado, com os Estados Unidos a pressionarem com sanções e o Irão a fazer alguns ataques a petroleiros estrangeiros e a um drone americano no Golfo. Os EUA continuam a pressionar outros países a saírem do acordo e o Irão a parar de desenvolver seu programa nuclear.

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