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Horta-Osório pede paciência aos ‘stakeholders’ do Credit Suisse

Tempo, foco, união e determinação. São estes o ingredientes que o banqueiro quer ver aplicados na recuperação do banco suíço, disse na sua primeira entrevista menos de dois meses depois de chegar. Uma receita plenamente bem-sucedida no britânico Lloyds.
1 Julho 2021, 18h00

Em entrevista ao jornal suíço”Neue Zuercher Zeitung”, a primeira desde que assumiu o cargo de chairman do Credit Suisse, o português António Horta-Osório antecipa que deve existir uma decisão sobre a estratégia do banco até ao final deste ano. E pede paciência a todos os stakeholders para que as decisões a tomar façam regressar a confiança na instituição. O banqueiro europeu – que veio do britânico Lloyds já este ano – considera que o banco tem de encontrar um caminho aceite por todos os diversos níveis do processo decisório e, a partir daí, empreender todos os esforços para atingir os objetivos propostos.

Para Horta-Osório, um banco com as caraterísticas do Credit Suisse – clientes de elevado potencial, nome na praça europeia e perspetivas de crescimento na Ásia – onde a economia está mais dinâmica que em qualquer outra parte do planeta – não tem fracassar como opção.

“Tenho uma visão clara da direção que o banco deve tomar”, disse. “Para mim a questão não é o que é que precisamos de fazer para garantir que isto funciona desta vez, mas sim por que razão não está o banco a fazer progressos, apesar dos clientes que tem na Suíça e na Europa e um elevado crescimento na Ásia”.

“Temos de concordar na forma como podemos servir melhor os clientes e como podemos ser mais competitivos, disse Horta-Osório, que chegou à instituição suíça há menos de dois meses – e que, como sempre, assume uma perspetiva de longo prazo para a recuperação.

Neste particular, Horta-Osório quer usar a mesma estratégia que usou na recuperação do Lloyds: tempo e paciência. Esta sua opção tem créditos firmados. As primeiras impressões deixada no Lloyds levaram os analistas a afirmar que a estratégia do banqueiro português nunca seria eficaz, e que o banco britânico não deixaria de ser um ativo negativo nas mãos do Estado britânico. Foi precisamente o contrário que aconteceu, como disse Horta-Osório quando chegou ao banco, vindo do grupo Santander, no final de 2010.

Assim, na entrevista suíça, o banqueiro disse que não vai apostar em soluções rápidas, notando “que uma mudança cultural requer tempo”. “Estamos na fase inicial do novo posicionamento estratégico”.

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