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HyChem compra Renoeste e ganha concessão mineira de sal-gema do Carriço

A HyChem adquiriu a totalidade das ações que a Bondalti Chemicals detinha na Renoeste tornando-se dona desta sociedade, no concelho de Pombal. O negócio é um “passo determinante” na execução da estratégia de desenvolvimento e transformação industrial do seu acionista, o grupo Algora.
10 Fevereiro 2024, 08h23

HyChem – Química Sustentável, anteriormente Solvay Portugal, anunciou ter adquirido a concessão mineira de sal-gema do Carriço, através da compra da Renoeste – Valorização de Recursos Naturais.

Em comunicado, a empresa especializada na química do hidrogénio e player importante na transição da indústria para a neutralidade carbónica refere que o processo negocial foi “moroso e complexo” e se “alongou no tempo não obstante o bom entendimento entre as partes”.

“Na sequência de um despacho do diretor-geral de Energia e Geologia, datado de dezembro último, que autorizou a transmissão das ações representativas do capital social, foi agora possível à HyChem fechar o acordo com a Bondalti Chemicals relativamente à compra da Renoeste”, adianta a empresa.

O negócio é um “passo determinante” na execução da estratégia de desenvolvimento e transformação industrial do seu acionista, o grupo Algora, que assim concretiza a anunciada intenção de potenciar o negócio Sal da HyChem através da compra da posição contratual na concessão mineira de sal-gema do Carriço.

“Esta aquisição reveste-se de enorme importância para o desenvolvimento das nossas operações industriais, na medida em que a mina do Carriço vem acrescentar um elevado potencial ao nosso negócio Sal”, afirma Manuel Gil Antunes, administrador-delegado da HyChem.

“Contamos poder retomar este ano, no quadro da candidatura ao P2030 do nosso projeto InovSal, a exploração de sal-gema na mina de Matacães, onde pretendemos instalar uma unidade de cristalização de sal. Ora, quando acrescentarmos, a prazo, a reativação da atividade na Renoeste, ligada à incumbência atribuída pelo Governo à ENSE (através da REN) de criar duas novas cavidades no Carriço, para reserva estratégica de gás natural, obteremos um volume total de produção de sal que posicionará a HyChem como principal fornecedor nacional e relevante à escala ibérica”, adianta Gil Antunes.

Na perspetiva do gestor, “o país bem precisa desse recurso natural”, porque, justifica, tal como “a nossa empresa, numerosas grandes indústrias têm de importar sal para a sua laboração fabril”.

A HyChem é detida pela ALGORA – Sustainable Investments, SGPS, joint venture entre a A4F – Algae for Future, SGPS, holding do grupo biotecnológico português A4F, especializado no desenvolvimento de tecnologias para a produção industrial de algas, e a Green Aqua Company, SGPS, holding do grupo Green Aqua, que se dedica à produção industrial de micro e macroalgas.

 

Imóveis e ativos em quatro freguesias

Os imóveis e ativos da Renoeste – Valorização de Recursos Naturais repartem-se por quatro freguesias situadas junto à costa oeste do país: Lavos, São Pedro, Carriço e Louriçal.

A principal instalação é no lugar de Guarda Norte, freguesia de Carriço, concelho de Pombal, distrito de Leiria, onde se situam a concessão mineira de sal-gema (C-16) e os equipamentos afetos à exploração e à cristalização do sal. Esta concessão abrange uma área de 170 ha, onde a Bondalti perfurou duas cavidades, e compreende seis bacias impermeabilizadas, com cerca de um hectare cada, destinadas à secagem da salmoura por evaporação.

Confrontando com a Renoeste, a REN detém também uma concessão para o armazenamento de gás natural e gases renováveis em cavidades salinas, na qual foram criadas sete cavidades, atualmente utilizadas para armazenamento de gás natural, e que constituem uma parte da reserva estratégica nacional – uma outra parte localiza-se no terminal de Sines e a terceira na Alemanha.

Mais a norte, na freguesia de Lavos, concelho da Figueira da Foz, a Renoeste é proprietária de vários prédios rústicos, junto ao rio Mondego, que ocupam uma área de 60 hectares, e que antes funcionavam como salinas para secagem da salmoura proveniente da unidade do Carriço.

“Ao realizar esta operação de compra, o grupo Algora projeta a reativação e uma nova estratégia industrial para a Renoeste, cujos imóveis e ativos abrem oportunidades de negócio tanto na área química como da biotecnologia”, conclui o documento da empresa.

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