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INE revê em baixa PIB em 2020 e aponta agora para uma queda nominal de 6,7%

O Instituto Nacional de Estatística reviu os dados para o crescimento nacional em 2020 e aponta agora a uma queda maior do que inicialmente estimado, naquele que foi o ano de maior contração económica desde o início da série, em 1995.
23 Setembro 2021, 12h32

O PIB nacional contraiu mais em 2020 do que inicialmente estimado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), de acordo com os dados conhecidos esta quinta-feira. O INE aponta para uma queda nominal de 6,7% em 2020 e real de 8,4%, o que significa uma revisão em baixa de 0,8% em volume e de 1,3% em valor, acrescenta o organismo.

Os números divulgados pelo gabinete nacional de estatística sinalizam ainda uma ligeira revisão em alta do crescimento português em 2019, que foi 0,2% maior em volume e valor do que inicialmente estimado, acrescenta a nota do INE.

A revisão do indicador para 2020 foi motivada sobretudo pela “ainda maior contração que a inicialmente estimada das atividades de alojamento e restauração e transporte e armazenagem”, pode-se ler no documento divulgado esta quarta-feira. 96% da contração verificada no ano passado, explica o INE, foi da responsabilidade das exportações de bens e serviços e da despesa de consumo final das famílias, rubricas que impactaram o resultado final em -5,4 pontos percentuais (p.p.) e -2,6 p.p.

A rubrica referente às exportações sofreu principalmente com a quebra acentuada do turismo no último ano, fruto das restrições pandémicas, que levaram a uma diminuição de 34,0% na exportação de serviços nacionais e de 18,6% na categoria que compreende a venda ao exterior de bens e serviços.

Analisando o investimento, este cresceu 1,0 p.p. em 2020, quando comparado com o ano anterior. No entanto, este resultado é calculado através do rácio entra a formação bruta de capital fixo (FBCF) e o PIB nacional, refletindo, sobretudo, uma diminuição mis acentuada deste segundo componente, o produto, do que da FBCF. Decompondo o rácio, verifica-se que ambos os indicadores caíram, mas a FBCF recuou apenas 1,6%, ao passo que o PIB nominal caiu 6,7%.

Esta variação negativa da FBCF é atribuível à queda verificada no investimento das sociedades, que recuou 3,9%, suficiente para compensar o aumento de 14,0% no investimento público.

A nota do INE refere ainda que, no capítulo laboral, o emprego total quebrou a tendência de crescimento que se verifica desde 2014, caindo 1,9%, o que reflete “em parte as medidas de apoio à manutenção do emprego”. Ainda assim, a diminuição foi mais visível no que toca às hoas trabalhadas, que caíram 9,3% no ano passado. Já no que respeita às remunerações, a ligeira variação de 0,5% aponta para um cenário de quase estagnação.

Rácio da dívida aumenta com queda do PIB nominal

Apesar de manter os valores absolutos divulgados há alguns meses para a dívida pública nacional no final de 2020, a revisão em baixa do PIB significa que o rácio da dívida cresceu, dado um efeito base.

Assim, os 270,49 mil milhões de euros de dívida pública com que Portugal fechou 2020 significam um agravamento do rácio em função do PIB, passando este indicador dos 133,6% calculados e março para 135,2% na mais recente divulgação.

Para 2021, o gabinete nacional de estatística antecipa uma nova subida do valor nominal da dívida portuguesa, que deverá ascender aos 273,13 mil milhões de euros.

[notícia atualizada às 13h19]

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