Isabel dos Santos acusou os serviços de segurança angolanos de acederem indevidamente aos computadores das suas empresas em Portugal, avança o Financial Times. Segundo a empresária angolana, este alegado acesso indevido teve o objetivo de estes serviços “forjarem e falsificarem” provas contra si.
Em entrevista telefónica ao jornal britânico, Isabel dos Santos diz estar a ser alvo de uma “caça às bruxas” por parte do Governo angolano e que está a preparar para lutar nos tribunais contra o arresto de contas bancárias e participações suas em empresas.
“Vai ser uma luta muito difícil”, disse a empresária ao Financial Times numa entrevista publicada no domingo.
Isabel dos Santos também defendeu na entrevista ao FT o seu papel enquanto empresária. “A imprensa chama-me princesa. Mas não conheço muitas princesas que saem da cama para construir supermercados”, afirmou.
No dia 30 de dezembro, foi conhecido que a justiça angolana prepara-se para arrestar bens da empresa, incluindo contas bancárias e participações em várias empresas angolanas, segundo a decisão do Tribunal Provincial de Luanda, a que o Jornal Económico teve acesso, feita a pedido do Governo de João Lourenço.
Em causa está a não devolução de um financiamento que a Sonangol tinha constituído para pagar a entrada da Exem — cujos beneficiários são a empresária e o marido — numa sociedade controlada pelo Grupo Amorim e dessa forma, indiretamente, na portuguesa Galp Energia.
“Com a realização destes negócios, o Estado angolano teve um prejuízo” superior a mil milhões de dólares (895 milhões de euros), segundo a justiça angolana.
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