[weglot_switcher]

Israel: primeiro-ministro perde confiança dos israelitas

Cerca de 57% dos israelitas acham que desempenho de Benjamin Netanyahu desde 7 de outubro está abaixo do que era esperado. Entretanto, a guerra entrou em profundidade no Líbano.
  • Ronen Zvulun /Reuters
27 Março 2024, 07h30

A maioria dos israelitas acredita que o desempenho do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu desde 7 de outubro – o dia do ataque do Hamas fora da Faixa de Gaza – tem sido abaixo do esperado, uma classificação significativamente menor do que a do ministro da Defesa, Yoav Gallant, e de outros altos dirigentes.

De acordo com uma sondagem citada pela imprensa israelita e realizada este mês pelo Instituto de Democracia de Israel a um universo de 700 pessoas, 57% do público classifica o desempenho de Netanyahu como “mau ou muito mau”, enquanto apenas 28% afirma que é “bom ou excelente”. 14% avaliam seu desempenho como “aceitável”.

A sondagem faz referência a uma série de outros responsáveis israelitas – políticos ou mão – o que permite aos analistas terem uma base para identificarem quem, entre os israelitas, tem um maior grau de aceitação.

Assim, o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), o tenente-general Herzi Halevi, lidera o ranking com 48% classificando o seu desempenho como bom e 28% como mau – seguido pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant (40% e 33% respetivamente), e pelo ministro do Gabinete de Guerra, Benny Gantz (34% e 35%).

Por outro lado, 61% dos entrevistados avaliam o desempenho do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, como mau, enquanto o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, surge com 64% de desaprovação. Cada um deles recebeu 26% e 18% de aprovação, respetivamente. O grau de desaprovação permite inferir que os dois elementos mais extremistas do gabinete de crise não são vistos com bons olhos pelos israelitas. As suas palavras têm sido identificadas pelos analistas – mas também pela comunidade internacional – como especialmente incendiárias. Os dois elementos do executivo têm afirmado que o país não deve manter qualquer tipo de conversações com o Hamas e que está chegada a hora de os palestinianos deixarem a região, nomeadamente os lugares (gaza e a Cisjordânia) que o direito internacional lhes atribui (e que já de si são muito diminutos em relação ao que estava inicialmente previsto).

A imprensa israelita enfatiza que a perceção da credibilidade e da popularidade do primeiro-ministro Netanyahu – já abaladas por quase um ano de disputas sobre a polémica reforma judicial do seu governo – sofreram fortemente após o 7 de outubro. Tudo começou mal desde o início, quando Netanyahu evitou a todo o custo ter qualquer tipo de responsabilidade nos ataques – ao contrário do ministro da Defesa e de muitos altos quadros das FDI, que falaram abertamente numa quebra de segurança e dos serviços de inteligência que não podiam ter acontecido.

O jornal “The Times of Israel” recorda que, em novembro passado, uma sondagem da Universidade Bar Ilan e da empresa de pesquisas iPanel revelou que menos de 4% dos israelitas acreditava que o primeiro-ministro é uma fonte confiável de informações sobre a guerra em Gaza.

Entretanto, as IDF realizaram esta terça-feira ataques aéreos em locais do Hezbollah nas profundezas do Líbano, depois de o grupo ter atacado uma base de controlo de tráfego aéreo no norte de Israel, entre outros alvos. As forças militares israelitas revelaram que os ataques aéreos se deram perto da cidade de Zboud, no nordeste do país, que fica a mais de 110 km da fronteira com Israel – o local mais longínquo di Líbano desde o início da guerra na Palestina.

As IDF disseram que o ataque, decidido em resposta ao ataque do Hezbollah à base de controlo de tráfego aéreo de Mount Meron, teve como alvo “um complexo militar usado pela unidade aérea do Hezbollah” no distrito de Baalbek.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.