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Livro: “O Mapa Cor de Rosa. Cartas de Londres”

Maria Velho da Costa retrata nestas crónicas hábitos, tiques e outros aspetos da portugalidade, recordando escritores, livros e pessoas, e comparando costumes entre os dois países.
13 Janeiro 2024, 11h15

“O Mapa Cor de Rosa. Cartas de Londres”, de Maria Velho da Costa (1938-2020), teve uma primeira edição em 1984, pela D. Quixote, sendo agora reeditado pela Assírio & Alvim, incluindo também os desenhos do argentino Oscar Zarate, a viver em Londres desde 1971, a quem a autora pediu que “desenhasse com estas cartas”.

 

 

Este conjunto de “cartas”, como as designa a autora (dado o seu caráter íntimo, considera que não se trata de crónicas), foi escrito no rescaldo do 25 de Abril de 1974, a partir de Londres, onde Maria Velho da Costa – que aí vivia desde 1980 – era leitora de português, no King’s College. Aqui, escreve sobre e para Portugal, descrevendo os hábitos, tiques e outros aspetos da portugalidade.

Também Eça de Queirós escreveu umas “Cartas de Inglaterra” (Alêtheia Editores) que “não podia escrever de Lisboa”. Ambos os autores fazem crónicas dos respetivos quotidianos, recordam escritores, livros e pessoas, comparam costumes.

Ficcionista, ensaísta e dramaturga, Maria Velho da Costa recebeu o Prémio Camões em 2002 e foi uma das autoras, conjuntamente com Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta, de “Novas Cartas Portuguesas”, que se tornou um marco no nosso país pela abordagem da situação das mulheres nas sociedades contemporâneas.

Editado em 1972, viria a ser apreendido pela Direcção-Geral de Segurança (DGS), a polícia política do antigo regime, pelo seu “conteúdo insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública”. As autoras ficariam a ser conhecidas como As Três Marias.

Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.

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