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Lucros dos CTT sobem 66% para 60,5 milhões de euros em 2023

Apesar de a área de correio e outros continuar a ser a principal fonte de receita da empresa, pela primeira vez na história dos CTT, a de expresso e encomendas foi a que mais contribuiu tanto para as receitas como para o EBIT recorrente no quarto trimestre do ano passado.
19 Março 2024, 17h56

Os CTT – Correios de Portugal tiveram um lucro de 60,5 milhões de euros no ano passado. O resultado líquido aumentou 66,2% em relação a 2022 devido ao crescimento de 23 milhões de euros no EBIT recorrente – lucro operacional – que lhe foi “entregue” pelo negócio de expresso e encomendas.

Apesar de a área de correio e outros continuar a ser a principal fonte de receita da empresa, pela primeira vez na história dos CTT, a de expresso e encomendas (+55,9%) foi a que mais contribuiu tanto para as receitas como para o EBIT recorrente durante o quarto trimestre de 2023. Nesses três meses, o rendimento operacional total foi de 269,8 milhões de euros (+26%).

No acumulado de 2023, os rendimentos operacionais chegaram aos 985,2 milhões de euros: 434,1 milhões de euros de correio e outros (-5,8%), 340,6 milhões de euros de expresso e encomendas (+31,5%), 147,7 milhões de euros do Banco CTT (+17,3%) e 62,8 milhões de euros de serviços financeiros e retalho (+3,4%), segundo a informação que consta no relatório e contas publicado esta terça-feira após o fecho do mercado.

Para este recorde de expresso e encomendas no final do ano passado contribuiu a expansão do e-commerce e o crescimento do tráfego em Espanha e em Portugal. A empresa liderada por João Bento, acha que o mercado português tem margem para alargar a quota de adoção de comércio eletrónico, que ainda se encontra abaixo das grandes economias da Europa, pelo que constituiu uma oportunidade de crescimento para o futuro.

O EBTIDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 17% para 151,9 milhões de euros e mais do que compensou a contração de 8,5 milhões do fundo de maneio e de 1,4 milhões de euros dos itens específicos, de acordo com o documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O conselho de administração dos CTT e propor à Assembleia Geral (AG) anual de 2024 o pagamento de um dividendo aos acionistas de 17 cêntimos por ação, mais do que os anteriores 12,5 cêntimos, o que representa cerca de 20 milhões de euros, um rendimento de dividendos de 4,9% e um rácio de distribuição de 35%.

A administração também vai propor à AG o cancelamento de até 7.650.000 ações representativas de até 5,3% do capital social já adquirido – ou a serem adquiridas no âmbito do programa de recompra de ações que começou em 2023 e ainda está a decorrer.

Quanto ao investimento, foi de 36,1 milhões de euros – menos 2,4% – e destinado a sistemas de informação (cibersegurança, por exemplo), a edifícios e instalações (nova sede), equipamentos e à rede de cacifos Locky. A diminuição teve que ver com o CAPEX alocado à expansão da rede expresso e encomendas em Portugal e Espanha durante 2021 e 2022.

No início de janeiro, os CTT venderam uma posição acionista de 26,3% na CTT Imo Yield à Sonae Investment SGPS e outros investidores, que se traduziu num recebimento bruto de 32,45 milhões de euros, abaixo dos cerca de 36 milhões de euros esperados inicialmente.

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