“Mar Adentro”: universos tão próximos e tão desconhecidos

Apneia vem do grego ápnoia, “falta de respiração”. Uma expressão que foi apropriada pelo mergulho livre, no qual a pessoa submerge durante o maior tempo possível, tendo como objetivo atingir marcas de distância percorrida ou de profundidade alcançada, sem recurso a equipamentos para respirar. Ou seja, usando apenas a reserva de ar dos seus pulmões.

Na exposição agora inaugurada no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, intitulada “Mar Aberto”, Nicolas Floc’h, consagrado fotógrafo francês e uma referência internacional da fotografia que toma o mar como tema central, mostra os universos que o seu olhar viu e a sua lente fixou, em muitos casos, em apneia. Este é o resultado do convite que o curador da exposição, João Pinharanda, endereçou ao artista, no âmbito de uma residência

“Em 2021, convidei o Nicolas para fazer uma residência connosco [MAAT] no Tejo, donde o resultado mais imediato é um painel composto por 408 fotografias. Cada coluna de fotografias corresponde a um mergulho na vertical, desde Castanheira do Ribatejo até cerca de 40km depois do Bugio”, resume o curador na visita para a imprensa. “Ou seja, uma extensão de 95km e 34 mergulhos na mesma sequência temporal”, acrescenta.

Em “Mar Aberto”, não é só o estuário do Tejo que está em destaque. Nicolas Floc’h incluiu nesta mostra o resultado de outra colaboração “portuguesa”, com o Centro de Arte contemporânea Arquipélago, em São Miguel, nos Açores, “e com a Universidade, num trabalho focado em águas hidrotermais”, esclarece João Pinharanda, antes de salientar os demais universos subaquáticos presentes na exposição, em países tão distintos como o Japão, Espanha, França e EUA.

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