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Matriz de competências: como otimizar o recrutamento e a seleção?

A gestão de talentos não é uma tarefa fácil, sobretudo porque cada profissional traz diferentes conhecimentos, experiências, habilitações e comportamentos.
  • Rui Rocheta – Chief Regional Officer Southwestern Europe & Latam da Gi Group Holding
19 Março 2024, 07h55

Não é por acaso que estas são, precisamente, as componentes que constituem a chamada matriz de competências — a pedra basilar para qualquer empresa que pretenda alcançar sucesso.

Num mundo em constante evolução — com o rápido desenvolvimento tecnológico ou com as mudanças na forma como os profissionais encaram o trabalho, por exemplo —, a matriz de competências torna-se numa ferramenta essencial para recrutar e selecionar os melhores talentos. Mas não só: promove também o desenvolvimento da carreira dos profissionais dentro da organização, permitindo-lhes enfrentar o contexto de mudança.

Nesse sentido, o acompanhamento e a comunicação, bem como a formação, assumem um papel preponderante dentro das organizações.

O que é, afinal, uma matriz de competências?

Antes de se perceber o que é uma matriz de competências e habilitações, importa atentar no conceito “competências”. No mundo empresarial, este termo pode dividir-se em quatro áreas, a saber:

  • Funcionais;
  • Comportamentais;
  • De conhecimento;
  • De liderança.

Podemos igualmente simplificar, dividindo estas competências em duas grandes áreas. Por um lado, as competências e habilitações mais técnicas, isto é, o know how mais prático, relacionado com a execução das tarefas. Por outro lado, as soft skills, como as experiências individuais do profissional, a sua capacidade de gerir o tempo e as tarefas ou a interação com os colegas de trabalho, por exemplo.

E como é que tudo isto se conjuga, então? Pois bem, a matriz de competências é, na sua essência, o documento, ou plano de desenvolvimento, em que os responsáveis de recursos humanos (RH) determinam, a priori, as capacidades que procuram para cada cargo. Trata-se, assim, de um fator fundamental no processo de recrutamento e seleção. Além disso, este plano auxilia na gestão do talento interno, facilitando a atribuição de tarefas e a coordenação de equipas.

Portanto, apesar de muitas vezes ser ignorada, tal como refere a revista Forbes, a matriz de competências apresenta um peso relevante em decisões de recrutamento, formação e desenvolvimento da carreira. No essencial, funciona como um mapa que orienta os departamentos de recursos humanos no processo de gestão de talento.

Qual a importância da matriz de competências para as empresas?

Ainda que possa parecer algo muito técnico, a matriz de competências constitui um documento vivo. Acima de tudo, a sua relevância prende-se com o facto de permitir tirar o máximo proveito das aptidões de cada profissional. Desse modo, não se desperdiça esse potencial, fomentando a otimização de RH e da alocação dos recursos da empresa.

Sem uma boa gestão de pessoas e equipas, as organizações correm o risco de perder competitividade relativamente aos seus pares no mercado. No contexto atual, isto revela-se particularmente importante. Afinal, surgem notícias diariamente sobre inovações no mundo tecnológico, com a Inteligência Artificial a transformar-se numa componente essencial do dia a dia das pessoas e das empresas.

Para acompanharem estas mudanças, as organizações devem analisar a matriz de competências das suas equipas. A partir desse documento, podem então determinar como ajudar os seus profissionais a acompanharem esta evolução digital.

Na verdade, não é viável estar constantemente a procurar novos talentos. Por isso, revela-se vantajoso apostar no talento interno, desenhando planos de carreira à medida de cada profissional, com a devida identificação das suas necessidades de formação.

Como pode a formação ajudar na criação de um plano de carreira?

Através do investimento na formação, os profissionais ajustam-se às necessidades do mercado e às novas formas de trabalhar. Assim, no âmbito dos planos de carreira, torna-se possível delinear estratégias de reskilling e upskilling capazes de responder aos objetivos específicos de cada profissional.

Além de ensinar novas habilitações, a formação revela-se uma mais-valia para as empresas, já que se trata do investimento na qualificação da sua mão de obra. Mas atenção: esta deve ser feita à medida de cada trabalhador, considerando as suas capacidades e necessidades, bem como a sua perspetiva de crescimento dentro da organização. Estas informações devem, aliás, estar patentes na matriz de competências necessárias para a organização.

Aliando as aspirações pessoais dos profissionais e as metas que a empresa pretende atingir, a matriz de competências vai, decerto, impulsionar a retenção de talento e otimizar a gestão dos recursos humanos. Fatores cruciais para acompanhar a evolução do mercado e superar novos desafios.

 

Este artigo é da autoria da Gi Group Holding.

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