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E-REDES anuncia novo leilão para fornecedores de serviços de flexibilidade

A E-REDES realizou, no Porto, a cerimónia de formalização da assinatura dos contratos com os fornecedores de serviços de flexibilidade e confirmou lançamento do segundo leilão.
21 Março 2024, 07h57

No cerne do debate económico contemporâneo, assistimos a uma enfatização crescente do conceito de “mercado da flexibilidade”, um reflexo das transformações profundas nas dinâmicas laborais e na gestão empresarial. Este conceito, particularmente relevante em setores como o energético, a braços com uma agenda de transição, exige que as empresas adotem modelos de trabalho que valorizem a flexibilidade, autonomia e capacidade de adaptação rápida às mudanças de mercado para se manterem competitivas.

A E-REDES, concessionária da rede de distribuição de eletricidade em Portugal, está a posicionar-se como facilitador deste novo mercado, tendo lançado, no início de 2023, o FIRMe (Flexibilidade Integrada em Regime de Mercado), um projeto-piloto que pretende valorizar a intervenção de unidades de produção, sistemas de armazenamento, agregadores e consumidores na gestão da rede. O objetivo é “simples”: permitir que os intervenientes ajustem os seus volumes de eletricidade gerada e consumida, oferecendo um serviço valioso ao sistema elétrico e potencialmente gerando rendimentos adicionais aos participantes.

Este movimento em direção à flexibilidade, considerado não apenas uma tendência, mas uma necessidade emergente no sistema elétrico do futuro, materializou-se no primeiro leilão de serviços de flexibilidade conduzido pela E-REDES. Um leilão destinado a todos os agentes de mercado, incentivando-os a contribuir para a gestão da rede, quer através da redução dos seus consumos energéticos, quer fornecendo eletricidade à rede. O sucesso deste leilão refletiu a viabilidade e o potencial significativo desta nova abordagem, com a iniciativa a despertar o interesse de 21 prestadores de serviços para todas as oito oportunidades disponibilizadas. Foram realizadas 632 licitações, ultrapassando os resultados alcançados nos mercados do Reino Unido e de França, nos primeiros leilões realizados nas suas geografias.

Contratos assinados no Porto

Na passada semana, no Porto, formalizou-se a assinatura dos contratos com os prestadores do serviço de flexibilidade, válidos por dois anos. Na cerimónia, José Ferrari Careto, presidente do Conselho Executivo da E-REDES, salientou o pioneirismo desta iniciativa e a sua relevância para a transição energética, aflorando ainda o desafio do ponto de vista das novas necessidades de investimento, com as redes a terem de ser mais desenvolvidas e com mais capacidade para suportar o aumento de consumo, potenciado, basicamente, pela eletrificação da economia. “Estamos preparados para esse cenário”, comentou José Ferrari Careto, que confirmou um investimento em 2023 “significativamente superior” aos anos anteriores. Para 2024 e seguintes, o executivo projeta, igualmente, um aumento do investimento, “não só pelas questões da capacidade, mas também pelo facto de a resiliência das redes ter de ser incrementada”.

Na sua intervenção, o executivo enfatizou, sobretudo, a importância de ter redes dinâmicas, capazes de se adaptarem às necessidades de consumo e produção. “Que não se fique apenas numa lógica de ferro, cobre e outros inertes que não têm esta capacidade de adaptação. A flexibilidade vai-nos trazer isso”.

Mercado de grande potencial

Com este mercado a demonstrar um “grande potencial”, José Ferrari Careto confirmou no evento do Porto o lançamento de uma segunda fase de leilões de mercado local de flexibilidade. “Iremos agora identificar novos casos de uso que possam beneficiar destas ofertas”, sustentando a perspetiva de que a E-REDES tem a “missão” de potenciar esta mercado. “Temos de desafiar os nossos parceiros e as entidades para prestarem estes serviços. Faz parte da nossa responsabilidade social”.

Voltando à questão dos investimentos, e até por uma questão de gestão de expectativas, o executivo reforça que os serviços de flexibilidade “não irão reduzir uma parte extraordinariamente grande das necessidades futuras de investimento”.

O evento, que decorreu no auditório do edifício da E-REDES no Porto, contou ainda com um debate que aflorou a “Flexibilidade em regime de mercado: Desafios e oportunidades na preparação da rede de distribuição para a transição energética”, uma conversa que juntou José Ferreira Pinto (E-REDES), Jorge Esteves, (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos – ERSE), Filipe Pinto (Direção-Geral de Energia e Geologia – DGEG), Aurélio Ferreira (Câmara Municipal da Marinha Grande), Nicolas Depoorter (NGEN e Carlos Sampaio (Elergone).

A cerimónia terminou com a assinatura presencial dos contratos entre a E-REDES e representantes do Município de Bragança, BA Glass Portugal, Tratave – Tratamento de Águas Residuais do Ave, BioSmart – Soluções Ambientais, Vizelpas Flexible Films e Neiperhome. A somar a estes seis prestadores, mais quatro irão assinar digitalmente: Elergone Energia, Endutex e Águas do Centro Litorial.

 

 

Este conteúdo patrocinado foi produzido com a colaboração da E-REDES.

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