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Ministra da Saúde considera que listas de espera são um dos “grandes desafios” do SNS

A ministra da Saúde disse esta sexta-feira, em Leiria, que as listas de espera e os tempos de espera de acesso aos cuidados de saúde são os “grandes desafios” dos próximos 40 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
26 Julho 2019, 15h37

“Há dois grandes desafios [futuro do SNS]. Um é melhorar o acesso [aos cuidados de saúde] às populações. Temos um problema visível com os tempos e listas de espera e isso causa desconforto, além de não ajudar a imagem do SNS. Outro problema a enfrentar é a motivação dos nossos profissionais”, disse Marta Temido, à margem da sua intervenção no hospital de Santo André, unidade do Centro Hospitalar de Leiria, no âmbito das comemorações dos 40 anos do SNS.

A ministra da Saúde salientou que as “expectativas são elevadas e é difícil conseguir responder ao ritmo” dos pedidos.

“Portanto, temos de encontrar estratégias para conseguir manter as pessoas motivadas, não conseguindo sempre responder positivamente àquilo que nos pedem. Sobretudo, é transformar o SNS, pois as respostas antigas já não funcionam”, acrescentou.

Marta Temido exemplificou com o caminho que se tem feito para a hospitalização domiciliária, considerando que “não tem sentido” aumentar o número de camas de internamento.

“As questões da ‘ambulatorização’ dos cuidados de proximidade são os grandes desafios de futuro”, sublinhou.

Dirigindo-se aos deputados da Assembleia da República presentes da cerimónia, a governante lembrou que se irá entrar num “momento de discussão de estratégias políticas”, onde um dos pontos será o que se pretende para o SNS.

“Hoje, é indiscutível que todos queremos preservar e reafirmar os compromissos de António Arnaut [criador do SNS], mas precisamos também de perceber como é que fazemos isso, de passar da retórica para a prática, de deixar de produzir mais estudos e de fazer mudanças”.

Marta Temido avisou, no entanto, que as mudanças “não dependem dos outros”, mas “de cada um de vós, de cada uma das equipas”.

“Estou certa que esse é um desafio que está bem entregue e que os próximos 40 anos do SNS serão de modo a igualar aquilo que foram estes 40 anos nos seus aspetos mais positivos”.

No seu discurso, a ministra da Saúde enalteceu a capacidade dos profissionais de saúde, que “têm vindo a lutar e a construir” o SNS ao longo dos anos.

“Não podemos mais continuar com rentabilidades e produtividades que não sejam exponenciadas e maximizadas. E esse é também um dos desafios que temos no futuro. Não basta trazer mais recursos para o sistema, é necessário transformá-los em valor social para a sociedade”, adiantou, sublinhando que o SNS é uma “forma de melhorar a dignidade e qualidade de vida dos portugueses e é um hino à democracia e uma fé inabalável nas pessoas”.

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