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Moody´s sobe perspetiva do ‘rating’ dos bancos de investimento globais para positiva

A evolução da perspectiva indica optimismo na avaliação dos fundamentais de crédito (devido ao contexto) que afetarão a qualidade da carteira crédito dos bancos de investimento globais nos próximos 12-18 meses.
11 Dezembro 2017, 13h10

A Moody’s melhorou hoje a perspetiva para os bancos de investimento globais (GIBs) de estável para positivo em 2018, refletindo a melhoria da rentabilidade, o alargamento do crescimento global, o declínio do risco de queda e a solidez do capital e melhoria da liquidez.

A evolução da perspetiva indica optimismo na avaliação dos fundamentais de crédito (devido ao contexto) que afetarão a qualidade da carteira crédito dos bancos de investimento globais nos próximos 12-18 meses.

“A rentabilidade aumentará, especialmente nos EUA, embora seja menos visível, na Europa, à medida que as taxas de juros aumentam e os custos de reestruturação e os custos de legacy diminuem”, de acordo com Ana Arsov, diretora-geral da Moody’s responsável pelas classificações dos bancos de investimento globais. “As rupturas do mercado ou os choques dos preços dos ativos decorrentes de mudanças inesperadas na política monetária continuam sendo um risco de potencial impacto negativo, mas a nossa expectativa é de que o BCE terá uma abordagem bem definida e gradual durante o período contemplado na perspectiva que garantirá a estabilidade financeira”.

“Esperamos que os bancos dos EUA sejam os mais beneficiados, juntamente com outros bancos de investimento com atividade nos Estados Unidos, com os aumentos esperados da taxas de juros”, observou Ana Arsov.

“No geral, o balanço da indústria é mais seguro, reforçado pelo melhorado quadro regulatório pós-crise”, diz a gestora da Moody´s. “Enquanto alguns políticos estão a pensar em rever algumas regras para promover um maior crescimento económico, não esperamos possíveis mudanças regulatórias para que afectem os bancos de investimento globais”.

A Moody´s refere ainda que  mesmo que as pressões sobre a receita continuem, o foco continua na disciplina de custos que permita melhorar o resultado operacional. As receitas dos mercados de capitais continuam pressionadas pela baixa volatilidade do mercado, o que afeta negativamente o fluxo de clientes de ações e renda fixa (obrigações).

Apesar do robusto mercado de ações, as vendas de ações e as receitas de negociação continuaram a baixar devido a pressões competitivas contínuas. A Moody’s espera que essas pressões contínuas dos mercados sejam compensadas pelo fortalecimento das receitas da banca de investimento devido à perspectiva positiva de crescimento da economia global e devido a taxas de juros mais elevadas.

Os bancos de investimento também verão diminuir os riscos inerentes ao legado (legacy), uma vez que is bancos estão a desfazer-se de subsidiárias non-core na Europa, e prevê-se que esse desinvestimento nalguns mercados da Europa esteja concluído até o final de 2018. A Moody´s diz que a redução de riscos de legacy está patente nos últimos resultados dos testes de stress feitos anualmente pela Fed nos EUA.

Com base em melhores rácios de capital e resultados dos testes de stress mais resilientes, os bancos de investimento dos EUA têm um maior conforto da Fed para distribuir dividendos aos acionistas, desde que tal seja complementado com recompras de ações (share buy-back).

É provável que banco de investimento europeus tenham pay-out ratio consideravelmente mais baixos, embora em alguns bancos sejam esperados dividendos altos.

Os bancos de investimento europeus reduziram a sua atividade mais do que os dos EUA, mas a exposição internacional e a presença global ainda são significativas.

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