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Novos máximos em Wall Street, mas com a cautela à espreita

Das empresas que já indicaram expectativas para os resultados atingidos no segundo trimestre, cerca de 77% indicaram que os seus lucros serão piores do que as previsões dos analistas.
  • Reuters
2 Julho 2019, 08h25

Depois do resultado perfeitamente neutral da reunião entre Trump e Xi na conferência do G20, foi com normalidade que Wall Street navegou por ventos favoráveis uma vez que na prática tudo ficou na mesma, com as particularidades de agora nem sequer haver um prazo definido para se terminar as negociações, com vista a resolver o impasse comercial entre EUA e China, bem como o facto do presidente norte-americano ter aliviado ligeiramente as restrições que tinha imposto à Huawei. Com esta envolvência os índices norte-americanos abriram logo em alta e em território positivo se mantiveram até ao final da sessão, contudo não foram tudo rosas, primeiro foram alguns dados económicos que saíram a beliscar o optimismo, depois porque parte dos investidores refrearam as expectativas de um FED dovish, por causa da menor tensão comercial, e por fim devido ao facto desta semana ser mais curta, em virtude do feriado de 4 de Julho, dia da Independência dos EUA.

Ao nível dos sectores as tecnológicas foram sem margem para dúvida as mais fortes, nos índices, com o Nasdaq a valorizar 1.04% contra os 0.77% e 0.44% do S&P500 e do Dow Jones, respectivamente, assim como dentro do S&P500, o grupo tecnológico ganhou mais que os restantes com uma subida de 1.45%. Destaque para os semicondutores que beneficiaram  do alivio das restrições à Huawei, permitindo ao SOXX amealhar 2.52%. Já a performance menos positiva do índice industrial adveio da queda de -2.07% nos títulos da Boeing, depois de ser conhecido que agentes federais pediram documentos relativos à produção do 787 Dreamliner na Carolina do Sul.

Mas apesar dos novos máximos alcançados pelo S&P500, as perspectivas de curto prazo não são as melhores, pelo menos num dos pontos que mais interessa, os resultados empresariais, visto que das empresas que já indicaram expectativas para os resultados atingidos no segundo trimestre, cerca de 77% indicaram que os seus lucros serão piores do que as previsões dos analistas, um dado que a juntar ao de uma queda na actividade manufactureira nas principais economias, deixam pouco espaço para grandes euforias assentes em fundamentais e não em questões de momento como o corte dos juros.

O gráfico de hoje é da BA, o time-frame é de 4 horas

O gráfico da fabricante Boeing antecipou a possibilidade das quedas recentes devido ao duplo topo efectuado, com divergência no stochastic (linhas azuis)

 

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