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OPEP prevê recuo de 19% no consumo estimado de petróleo para 2020 devido ao coronavírus

A epidemia do coronavírus vai provocar um recuo de 19% no consumo estimado de petróleo para 2020, anunciou hoje a OPEP, que adverte que o impacto desta crise adiciona incerteza ao futuro da economia global.
12 Fevereiro 2020, 13h49

“A principal razão para esta revisão do crescimento da procura e, portanto, da procura de petróleo da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo), é o surto do coronavírus e do esperado impacto na procura de petróleo da China, e, por extensão, do mundo”, sublinha o grupo na análise do mercado, hoje divulgada em Viena.

O novo cálculo põe o consumo mundial de petróleo durante este ano em 100,73 milhões de barris por dia, menos 230.000 barris por dia do que a estimativa feita em janeiro, antes do início do surto, que já provocou mais de 1.000 mortos.

“Prevê-se que o crescimento da procura de petróleo na China desacelere em relação ao passado, refletindo uma menor atividade económica”, afirma o relatório, sublinhando que na revisão pesam especialmente as mudanças do consumo de combustível para transporte, especialmente o aéreo.

A OPEP sublinha que o momento do aparecimento do surto, quando milhões de chineses viajam para visitar as suas famílias devido às festividades do Ano Novo lunar “exacerbou o impacto na procura do combustível de transporte”.

A OPEP sublinha que a procura da China, um dos principais consumidores de petróleo do planeta, será na primeira metade do ano inferior em 200.000 barris por dia do que o esperado até agora.

“O impacto do surto do coronavírus na economia da China adicionou incerteza em relação ao crescimento económico mundial em 2020 e por extensão do crescimento da procura de petróleo”, sublinha a OPEP, que defende que será necessário continuar a acompanhar o desenvolvimento da situação para perceber as implicações no mercado petrolífero este ano.

O comité técnico da OPEP e dos seus aliados (OPEP+), presidido pela Arábia Saudita e Rússia, recomendou já na segunda-feira cortes adicionais à produção durante o segundo trimestre do ano para fazer frente à queda da procura de petrolífera devido ao surto do coronavírus.

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