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Operadoras pagaram direitos televisivos aos clubes de futebol em março

Os clubes apelam também ao pagamento antecipado dos restantes jogos que estão por realizar até junho, mês previsto para terminar o campeonato. Mas os patrocinadores não estarão disponíveis para isso, com a decisão a estar dependente da retoma das competições. Federação Portuguesa de Futebol tem feito a ponte entre clubes e patrocinadores.
  • Reuters / Matthew Childs
3 Abril 2020, 10h48

As operadoras de telecomunicações Altice, NOS e Vodafone, em conjunto com a Sport TV, que detêm os direitos de transmissão dos jogos da primeira liga e segunda liga portuguesa e patrocinam alguns clubes, pagaram aos clubes os montantes relativos aos direitos televisivos de março. Em comunicado, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, agradeceu uma decisão “fundamental para os clubes do futebol profissional em Portugal”.

“Numa hora complexa para todos nós, o futebol aprecia – e estou certo de que será capaz de reconhecê-lo durante muito tempo – a vossa decisão de cumprir com o que foi estabelecido”, escreveu Fernando Gomes.

“São notórias as dificuldades de um setor que contempla, quase impotente, o vazio das bancadas”, prosseguiu o dirigente, considerando também que o passo dado pelas operadoras foi “importante” para se alcançar “um ponto de equilíbrio que muito ajudará [o futebol português] a ultrapassar uma crise inesperada”.

O agradecimento de Fernando Gomes está em linha com o que o Jornal Económico tinha informado na quinta-feira, 2 de abril, de que as operadoras tinham pago a todos os clubes os respetivos direitos televisivos em março. “Todos os clubes têm o mês de março completamente pago, havendo mesmo casos com adiantamentos na sua posse: 14 jogos pagos para 12 realizados”, disse uma fonte próxima dos patrocinadores, ouvida pelo Jornal Económico.

Os clubes apelam também ao pagamento antecipado dos restantes jogos que estão por realizar até junho, mês previsto para terminar os campeonatos. Contudo, os patrocinadores não estarão disponíveis para tal, visto que uma decisão nesse sentido poderá depender da eventual retoma das competições.

De acordo com a edição desta sexta-feira do jornal desportivo Record, a Federação Portuguesa de Futebol, e nomeadamente o seu presidente, estarão a fazer a ponte no diálogo com as operadoras.

Sindicato dos Jogadores receia instrumentalização das operadoras
Ao Jornal Económico, o presidente do Sindicato dos Jogadores de Futebol Profissional (SJFP), Joaquim Evangelista, comentou que o papel de Fernando Gomes, a par da função do presidente da Liga, Pedro Proença, nesta matéria – e em todos os assuntos gerados pela crise que o futebol português está já a atravessar – é “fundamental” para evitar o colapso desta indústria em Portugal. O dirigente receia, contudo, que ocorra uma instrumentalização das operadoras.

“Aquilo que eu sei é que a maioria dessas receitas [direitos televisivos] foi antecipada. Não temos centralização de direitos – são negociados diretamente com cada clube – e a maioria dos clubes antecipou receitas da época desportiva. Também sei que as operadoras têm sido instrumentalizadas. Mas não gostava de ver as operadoras ter uma atitude cartelizada, no sentido de instrumentalizar o futebol”, comentou.

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