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Os depósitos estruturados e os produtos estruturados poderão ser a solução?

Aplicar dinheiro num depósito ou num produto estruturado obriga a perceber o funcionamento do mercado de capitais.
9 Dezembro 2018, 15h00

A resposta é um meio-termo e isto porque um produto estruturado não tem garantia de capital, podendo existir perda total ou só parcial do capital, dependendo do que estiver contratado. Os depósitos estruturados estão indexados a um cabaz que é habitualmente composto por ações de multinacionais. Normalmente existe uma remuneração mínima que é equivalente à remuneração de um DP de um grande banco, ou seja, inferior a 0,1% e depois uma remuneração acessória que está condicionada pelo desempenho das ações do cabaz.

O mercado português não tem muitas soluções e na pesquisa que fizemos para as opções até final de 2018 existem apenas três ofertas. O Banco Invest que tem sido muito ativo nos produtos estruturados e apresenta o “PFC Premium Brands dez 18”, sem garantia de capital para os investidores, sendo que em caso de incumprimento do banco o investidor poderá perder parte da aplicação. No entanto, a remuneração potencial é atrativa podendo chegar a 4,717% TANB num prazo de 374 dias. Este instrumento financeiro está indexado à performance de várias empresas que produzem e comercializam artigos de luxos, caso da Louis Vuitton, Burberry, Hugo Boss e BMW. Este produto específico tem por contrato um teto de perdas que não vai além dos 2,5% do capital, impedindo que um eventual “sell-off” acabe em perdas catastróficas.

A mesma instituição financeira criou um produto diferente com o mesmo subjacente e que é um depósito estruturado. A diferença com o produto anterior está no respaldo do Fundo de Garantia de Depósitos que atua nas aplicações até 100 mil euros por depositante e por instituição. Este produto com o prazo de ano e meio, tem uma remuneração mínima de 0,129% TANB, mas a remuneração máxima condicionada pelas ações que estão no cabaz, não vai além de 2,655% TANB. Este tipo de produto tem sido uma alternativa para investidores típicos de depósitos a prazo convencionais, pois existe uma proteção de capital e uma remuneração mínima que está dentro dos parâmetros das grandes instituições financeiras. A desvantagem é não existir liquidez pois não é possível o reembolso antecipado. Uma outra proposta de depósito estruturado e que é possível subscrever até final o ano é do Santander. O “Depósito Ações USD – 2 anos” pode ser subscrito até 21 de dezembro próximo, sendo que o depósito terá de ser constituído em dólares e a remuneração será feita na mesma moeda para evitar o risco cambial. A ficha técnica indica que a TANB mínima é de 0,399% e a taxa de remuneração máxima que está dependente da performance de um conjunto de multinacionais americanas poderá chegar aos 5,992%. Mais uma vez este é um produto sem liquidez e que se destina a quem transaciona em US dólares.

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