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Pandemia está a decrescer em Portugal mas metade dos óbitos em agosto estavam vacinados

Apesar da mortalidade ter vindo a descer, metade dos óbitos registados ocorreram em pacientes com o esquema vacinal completo. Ainda assim, à medida que a taxa de vacinação cresce, é expectável registar-se um aumento da proporção de vítimas mortais inoculadas contra a doença, explicam as autoridades de saúde portuguesa.
24 Setembro 2021, 17h11

A situação epidemiológica em Portugal é vista como sendo atualmente de intensidade moderada e tendência decrescente, com uma pressão também decrescente sobre os serviços de saúde, informam as autoridades sanitárias nacionais no relatório de monitorização das linhas vermelhas Covid-19 desta sexta-feira. Ainda assim, e apesar do decréscimo da mortalidade, 50% das vítimas mortais da doença em agosto possuía a vacinação completa.

A incidência da doença voltou a descer no país, com este indicador a apontar agora para uma média a 14 dias de 125 casos por cada 100 mil habitantes, uma redução em relação aos 166 verificados na semana anterior. Ainda assim, este valor fica ligeiramente acima do limite de 120 casos por cada 100 mil habitantes traçado, correspondendo, portanto, a uma situação de risco moderado.

No entanto, a região do Algarve verifica ainda uma incidência de 272 casos por 100 mil habitantes, o que se coaduna com a definição de risco elevado. Ainda assim, a variação semanal deste indicador foi de -27%.

Já o índice de transmissibilidade, ou R(t), manteve-se nos 0,83 para a totalidade to território nacional, ficando abaixo do limite de 1,00. A generalidade das regiões continentais apresentam uma tendência decrescente para este indicador, às quais são exceção o Alentejo, onde o R(t) não variou em relação à semana passada, mantendo-se nos 0,82, e a região Norte, que experienciou um aumento de 0,78 para 0,82.

No que toca à testagem, esta apresentou uma taxa de positividade de 1,6%, uma redução em relação aos anterior 1,9%, mas ainda assim acima do limite de 1,0% para um cenário de risco baixo. Apenas 8,1% dos casos confirmados de infeção foram notificados em mais de 24 horas, o que fica dentro do intervalo até 10% definido pelo Governo para a gestão pandémica, e os contactos dos infetados foram isolados e rastreados em 91% dos casos.

Apesar de vir a cair, a incidência da doença entre os grupos etários mais vulneráveis continua acima do desejado pelo Executivo, com 86 casos confirmados em cidadãos com 65 ou mais anos de idade por cada 100 mil habitantes.

Este cenário resulta numa ocupação de camas em unidades de cuidados intensivos abaixo do limite de 245, verificando-se agora 75 doentes internados nestas unidades, uma nova descida em relação aos 103 verificados no anterior relatório. Também a mortalidade tem vindo a cair, registando-se agora uma média a 14 dias de 9,8 óbitos por 100 mil habitantes, um valor coerente com uma situação de baixo risco, ao ficar aquém dos 10 óbitos por cada 100 mil habitantes.

Ainda assim, a mortalidade entre pessoas com o esquema vacinal completo é de destacar. Entre os 29 373 casos de infeção em pessoas com a vacina completa há mais de 14 dias, registaram-se 309 óbitos (1,1%), dos quais 239 (77,3%) ocorreram em pessoas com mais de 80 anos. Também mais de metade, ou 59%, das pessoas internadas com Covid-19 com a vacinação feita se deu neste grupo etário.

Entre os óbitos registados, 50% das vítimas tinha o esquema de vacinação completo, enquanto 40% não possuía qualquer dose, com os restantes a encontrarem-se a meio da vacinação. À medida que aumenta a quantidade de portugueses com o esquema de vacinação completo, sobretudo entre as populações mais vulneráveis, é expectável que a proporção de óbitos com a inoculação completa venha a aumentar.

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