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PepsiCo ganha terreno com marca branca após boicote do Carrefour

Desde 2020 que a PepsiCo produz dois produtos de ‘marca branca’ para o Mercadona. Diferença de preços para marcas originais como a Ruffle é do dobro.
8 Janeiro 2024, 15h40

As marcas da norte-americana PepsiCo estão a ser alvo de boicote no Carrefour, depois da rede de supermercados francesa se queixar da “subida inaceitável de preços”. Mas, apesar de estar a perder terreno no Carrefour, a marca da Pepsi está a ganhar terreno no espanhol Mercadona, mas a surpresa está na marca: Munchos, uma marca ‘branca’.

Em 2020, e perante a crise de Covid-19, que levou muitos consumidores a reduzir a sua lista de compras perante perdas de rendimentos, a dona de marcas como Pepsi, 7Up, Cheetos ou Ruffles, mudou a sua marca política e começou a fabricar uma marca própria, mais barata, para a cadeia de supermercados espanhola.

Conta o “El Economista” que a marca comercializada pelo Mercadona está a ser vendida por pouco mais de oito euros por quilo, enquanto os aperitivos ‘originais’ da Pepsi (por exemplo Lay’s ou Ruffles) estavam a 16 euros por quilo na rede francesa. Trata-se do dobro da diferença.

De facto, a PepsiCo vende dois produtos no Mercadona: batatas fritas onduladas com sabor a queijo (semelhantes às Ruffles tradicionais) e um snack de milho picante, que não tem comparativo de marca original.

Apesar do fim da comercialização das marcas da PepsiCo no Carrefour, a empresa insiste em continuar a negociar com a rede francesa, embora não esteja à vista qualquer acordo. “Sempre houve tensões na negociação de preços, o que ninguém estava à espera era que o Carrefour tornasse público e acusasse diretamente uma empresa”, explica um executivo no sector alimentar espanhol.

Este mesmo passo dado pelo Carrefour “marca um antes e um depois” no sector alimentar global. De relembrar que o Carrefour soma mais de 14 mil lojas a nível global, sendo que vários países, com exceção de França, ainda encontram produtos da PepsiCo à venda.

A verdade é que a inflação mundial nos preços dos alimentos está a causar muitos movimentos nos supermercados, com os consumidores a lançarem fortes críticas às redes do sector alimentar. O preço do azeite é apenas um exemplo de como os preços dispararam nos supermercados desde o início da década, sendo que, em 2020, o litro de azeite era vendido a pouco mais de três euros e agora ultrapassa os 14 euros.

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