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“Plano difícil de executar e que irá enfrentar pressão política”, diz Caixa BI sobre os CTT

O Caixa Banco de Investimento analisou o plano de reestruturação dos CTT e concluiu que é “amplo”, mas alertou que o mercado preferia ter visto medidas para aumentar as receitas anunciadas para cortar custos. Antevê ainda uma alteração significativa na estrutura acionista.
20 Dezembro 2017, 18h22

“Este é um plano amplo de iniciativas para cortar custos que contém ainda receitas não-recorrentes da venda de ativos que não são core”, refere o Caixa BI, numa nota de análise ao plano de reestruturação anunciado pelo operador postal esta terça-feira.

O plano, que visa melhorar a rentabilidade dos CTT, inclui cortes de 25% na remuneração fixa do Presidente do Conselho de Administração e do CEO, 15% de redução para os restantes membros executivos e não executivos do Conselho de Administração em 2018, a ausência de remuneração variável para a Comissão Executiva referente a 2018 e 2017 e a redução de cerca de 800 postos de trabalho nas operações ao longo de três anos, em consequência da queda do tráfego do correio.

As ações dos CTT, que afundaram 44,84% no último ano, subiram 4,61% esta quarta-feira para 3,655 euros. Artur Amaro, analista do Caixa BI, salienta, no entanto, que os investidores esperavam outro tipo de medidas.

“Nesta altura acreditamos que o mercado receberia melhor medidas para melhorar as receitas do que cortes de custos”, refere. “Salientamos também que este plano será difícil de executar e vai enfrentar pressões políticas severas e ainda contestação significativa dos sindicatos”.

Amaro adianta que, no entanto, tendo em conta a cotação atual, o elevado free float do título e o potencial desenvolvimento autónomo de alguns dos segmentos, nomeadamente do Banco CTT e do Expresso e Encomendas, é justo assumir (ou pelo menos não excluir “a probabilidade acrescida de uma alteração significativa na estrutura acionista”.

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