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Portugal é exemplo no que toca à imigração, considera britânico “The Independent”

Depois de Portugal ter alcançado mais de meio milhão de imigrantes no país, o jornal britânico comparou as políticas migratórias com as do Reino Unido. “Devido às facilidades do governo, tornou-se mais fácil ir para Portugal e arranjar trabalho ou começar a estudar”
  • Cristina Bernardo
16 Janeiro 2020, 16h40

Portugal tem hoje 580 mil imigrantes, mais 90 mil do que foi registado em 2018 (490 mil).

O número foi anunciado esta quarta-feira pelo ministro da Administração Interna, durante a audição parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2020. “Os dados preliminares levam a dizer que em 2019, pela primeira vez na nossa história, é ultrapassada a barreira do meio milhão de cidadãos estrangeiros a residir em Portugal”, disse Eduardo Cabrita.

O ministro anunciou também que as autorizações de residência atribuídas pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras cresceram de 35 mil em 2015 para 135 mil em 2019. E aproveitou para defender que Portugal tem “uma política de atracção de quadros qualificados e trabalhadores” porque precisa de imigrantes.

O jornal britânico “The Independent” reconheceu tal celebração por parte do Governo e comparou-o à realidade britânica. “O debate em Portugal sobre migração contrasta com o de outros países da União Europeia (UE), nomeadamente o Reino Unido, onde o governo tem procurado reduzir a imigração”, lê-se na publicação.

No artigo, é referido que Portugal é um dos dez estados da UE onde menos de 5% dos residentes são estrangeiros e informa que entre 2011 e 2016, também sofreu uma forte taxa de emigração devido às consequências da crise financeira global e da austeridade.”Em 2017, o governo do primeiro ministro António Costa aprovou novas leis para impulsionar a imigração, com a legislação a entrar em vigor no outono de 2018″.

“Devido às facilidades do governo, tornou-se mais fácil ir para Portugal e arranjar trabalho ou começar a estudar”, escreve o correspondente. Enquanto apresentava os resultados, Eduardo Cabrita anunciou também que as autorizações de residência atribuídas pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras cresceram de 35 mil em 2015 para 135 mil em 2019. E aproveitou para defender que Portugal tem “uma política de atracção de quadros qualificados e trabalhadores” porque precisa de imigrantes.

“O processo de regularização de migrantes sem documentos também foi modernizado. Os vistos e outras burocracias também foram simplificados”, continua.

“Notavelmente, o governo português também prometeu um corte de 50% no imposto de renda até 2023 para tentar recuperar os emigrantes portugueses que deixaram o país há pelo menos três anos”, escreve Jon Stone.

O Apoio ao Regresso de Emigrantes a Portugal do Programa Regressar lançado pelo executivo de António Costa, já somou cerca de 629 candidaturas, segundo o Diário de Notícias. A medida, lançada há seis meses, implica um apoio financeiro do Estado de cerca de até 6536,40 euros para emigrantes e lusodescendentes, com valores variáveis que dependem do agregado familiar.

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