[weglot_switcher]

Poupança das famílias no valor mais baixo em 18 anos

Apesar de o rendimento das famílias estar a aumentar, a menor poupança deve-se ao facto de se registar “uma variação mais intensa na despesa de consumo final do que no rendimento disponível”, escreve o INE.
21 Setembro 2017, 10h34

Até março deste ano, as famílias portuguesas conseguiram poupar apenas 3,8% do seu rendimento, o valor mais baixo dos últimos 18 anos, segundo dados compilados pelos Instituto Nacional de Estatística (INE) desde 1999.

Apesar de o rendimento das famílias estar a aumentar, a menor poupança deve-se ao facto de se registar “uma variação mais intensa na despesa de consumo final do que no rendimento disponível”, escreve o INE.

Este valor confirma assim um queda sucessiva de três trimestres. No último trimestre de 1999, altura em que o Instituto começou a reunir os dados, as famílias poupavam 11,4% do seu rendimento disponível, ficando a taxa de poupança nos dois anos seguintes em torno dos 10% a 11% e atingindo o valor máximo de toda a série (de 12%) no ano terminado no terceiro trimestre de 2002, noticia a Lusa. 

A primeira vez que a percentagem de poupança ficou abaixo dos dois dígitos foi em 2004, tendo permanecido quase sempre abaixo dos 10% a partir dessa ano, sendo que o ritmo foi mais acentuado a partir de 2009.

O ano de 2014 ficou marcado como sendo a altura em que essa percentagem chegou aos 5%, e, desde então, tem vindo a cair de forma praticamente consecutiva até ter chegado aos 3,8% no ano terminado em março de 2017, o valor mais baixo de toda a série.

No quadro europeu, no final de 2016, Portugal apresentava uma taxa de poupança de 4,3%, abaixo da média de 10,3% da Europa a 28 e de 12,2% dos 19 países da área do euro.

O INE divulga esta sexta-feira a taxa de poupança das famílias registada no ano terminado no primeiro semestre. O ministro das Finanças afirmou em junho que estão criadas as condições para que este indicador inverta a tendência de queda e comece a recuperar.

“Penso que estão criadas as condições para que isso aconteça e há indicadores positivos que nos permitem esperar uma inversão do lado da poupança”, referiu Mário Centeno, sublinhando que os dados trimestrais devem ser vistos com cautela, por serem “voláteis”.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.