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CEO da BlackRock alerta que aumento da esperança de vida não é acompanhada pela subida da idade da reforma

O presidente da BlackRock lembra que “a humanidade mudou nos últimos 120 anos. O mesmo deve acontecer com a nossa concepção de reforma”. Metade do dinheiro que a BlackRock gere em nome de clientes é usada para ajudar as pessoas a economizar para a reforma, refere o gestor.
26 Março 2024, 15h12

Todos os anos, a carta anual do presidente da BlackRock, escrita por Larry Fink, explora temas e reflexões que são enviadas a clientes e a outras partes interessadas da BlackRock. Este ano a carta faz uma reflexão sobre um ano considerado transformacional para a BlackRock.

Na carta deste ano, intitulada “É hora de repensar a reforma”, Larry Fink analisa duas tendências principais: O sistema de reforma tradicional enfrenta novas realidades demográficas, colocando uma reforma segura e digna cada vez mais fora do alcance de muitas pessoas; e à medida que os países tentam descarbonizar, digitalizar e aproximar as cadeias de abastecimento, há necessidade de uma enorme quantidade de novas infra-estruturas.

O presidente da BlackRock lembra que “a humanidade mudou nos últimos 120 anos. O mesmo deve acontecer com a nossa concepção de reforma”.

Larry Fink fala sobre o papel que os mercados de capitais podem desempenhar para ajudar a enfrentar estes desafios e destaca como as abordagens que os governos e o setor privado adotam para enfrentar estes desafios terão implicações profundas nas alocações e carteiras dos clientes da maior gestora de ativos do mundo.

Tal como nos anos anteriores, Larry Fink reafirma a dedicação da BlackRock ao investimento a longo prazo e enfatiza a importância de encontrar soluções que sirvam os clientes em todo o mundo.

“Essas soluções precisarão vir de uma ampla gama de especialistas, e a BlackRock espera ser um organizador dessas discussões e contribuir com insights baseados em nossa experiência no gerenciamento de ativos de reforma em todo o mundo”, refere a BlackRock.

Larry Fink expressa o seu optimismo para enfrentar estes desafios, “mas apenas se os enfrentarmos de frente – as populações estão a envelhecer a nível mundial e a criação de poupanças para a reforma nunca foi tão urgente”.

Metade do dinheiro que a BlackRock gere em nome de clientes é usada para ajudar as pessoas a economizar para a reforma, refere o gestor.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a proporção de pessoas com 65 ou mais anos em Portugal deverá aumentar de 22% em 2020 para 34% em 2050.

“Para ajudar as pessoas a assumirem o controlo do seu futuro financeiro e proporcionar um acesso rentável aos mercados financeiros, estabelecemos parcerias com várias plataformas de investimento, bancos e distribuidores digitais em Espanha e Portugal para ajudar os seus clientes a transformarem as suas poupanças em investimentos com soluções de investimento simples e de baixo custo, como os ETF”, lê-se na carta.

“Além disso, registámos mais de 550 fundos mútuos e ETFs em Espanha e Portugal em resposta à necessidade de diversificação dos nossos clientes por classe de ativos e geografias, e temos orgulho em oferecer soluções de investimento em todo o espectro financeiro, incluindo clientes institucionais e de retalho, todas as classes de ativos e para todos os perfis de risco”, acrescenta.

“Uma nação que repensou a reforma é a Holanda. A fim de manterem as suas pensões públicas acessíveis, os holandeses decidiram, há mais de 10 anos, aumentar gradualmente a idade da reforma. Agora irá ajustar-se automaticamente à medida que a esperança de vida do país muda.
Obviamente, implementar esta política noutros locais seria um enorme empreendimento político”, refere Larry King.

“O que quero dizer é que devemos começar a conversar. Quando as pessoas vivem regularmente além dos 90 anos, qual deveria ser a idade média da reforma?”, pergunta o presidente da BlacRock.

O gestor diz que apesar do sucesso da BlackRock em ajudar milhões de pessoas a reformarem-se, estas questões terão de ser colocadas a um leque mais vasto de investidores, reformados, decisores políticos e outros. “Nos próximos meses, a BlackRock anunciará uma série de parcerias e iniciativas para fazer exatamente isso”, refere.

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