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Príncipe herdeiro saudita em visita a Espanha

Mohammed bin Salman vai encontrar-se com Filipe VI e com Mariano Rajoy. A economia espanhola está interessada em participar na abertura da Arábia Saudita aos investidores estrangeiros.
7 Abril 2018, 18h47

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, estará de visita a Espanha na próxima semana, tendo na agenda reuniões com o rei Felipe VI e com o presidente do governo, Mariano Rajoy. Este último, segundo a imprensa espanhola, poderia levar à assinatura de acordos multilaterais que podem posteriormente facilitar vários negócios.

Entre eles, merece destaque a eventualidade de a empresa pública Navantia assinar um acordo para a construção de cinco fragatas para a Marinha da Arábia Saudita. O contrato era para ser assinado há pelo menos dois anos, mas até agora nunca foi possível a sua concretização.

As perspetivas abertas pela visita não são, contudo, apenas económicas. O encontro com Filipe VI permite concluir que Espanha tem em vista aumentar o seu posicionamento internacional, numa área, o Médio Oriente, onde muita coisa se passa. Uma delas, e assim regressa a economia, é uma verdadeira revolução ao nível de uma série de questões que até agora praticamente não eram discutidas.

Uma das mais importantes delas é a abertura ao exterior do capital social da empresa estatal que controla o muito poderoso setor petrolífero do país. Não menos importante é o programa que os sauditas preparam no setor do imobiliário. Nestes dois planos, a economia espanhola e os seus empresários querem ter uma palavra a dizer.

Mohammed bin Salman tem também levado a efeito uma abertura em termos sociais – o que fez com que o papel das mulheres tenha sido mais valorizado nos últimos meses, nomeadamente sendo-lhes permitido tirar uma carta de condução.

Mas as posições do príncipe herdeiro também têm motivado algumas reações negativas, nomeadamente em termos internacionais. Uma delas tem a ver com aquilo que alguns consideram ser uma excessiva exposição aos Estados Unidos. Pior ainda, a comunidade internacional, ou alguma, afirma que o príncipe herdeiro não está a fazer tudo para acabar com a guerra no Yémen, nem com a interferência saudita naquele país.

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