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Redução das imparidades acumuladas na banca superou a diminuição do malparado no quarto trimestre

No que toca ao rácio de empréstimos em Stage 2 (crédito sem incumprimento, mas onde foram identificados critérios de degradação de risco de crédito) cifrou-se em 13,5% (ainda assim menos 1,3 pp que no trimestre anterior) nas empresas e em 10,4% (+1,0 pp) nos empréstimos a particulares.
27 Março 2024, 12h50

A estrutura de balanço no quarto trimestre de 2023 dos bancos portugueses caracterizou-se por um aumento do ativo total de 1,5% face ao trimestre anterior. Esta evolução deveu-se sobretudo ao aumento das disponibilidades em bancos centrais.

O destaque vai para a melhoria da qualidade dos ativos no quarto trimestre de 2023. Segundo dados do Banco de Portugal o rácio de empréstimos não produtivos bruto (NPL) diminuiu 0,2 pp, para 2,7%.

“Esta evolução refletiu contributos similares decorrentes da redução de NPL e do aumento dos empréstimos produtivos. O rácio de NPL líquido de imparidades situou-se em 1,2% (-0,1 pp)”, revela o supervisor.

Quando se olha para o rácio de NPL bruto das empresas (não financeiras) verifica-se que continuou a trajetória decrescente, situando-se em 5,0% (-0,8 pp), explicada pela diminuição dos créditos improdutivos (NPL). No crédito a particulares o rácio manteve-se praticamente inalterado, em 2,4% (+0,1 pp).

O rácio de cobertura dos NPL por imparidades reduziu-se para 55,5% (-0,9 pp), “refletindo uma redução das imparidades acumuladas superior à redução dos NPL”, destaca o BdP.

Sendo que o rácio de cobertura do credito malparado nas empresas aumentou 0,5 pp, para 60,9%. Enquanto que nos particulares, o rácio manteve-se praticamente inalterado em 50,6%, refletindo a estabilização do rácio no crédito à habitação (37,7%).

No que toca ao rácio de empréstimos em Stage 2 (crédito sem incumprimento, mas onde foram identificados critérios de degradação de risco de crédito) cifrou-se em 13,5% (ainda assim menos 1,3 pp que no trimestre anterior) nas empresas e em 10,4% (+1,0 pp) nos empréstimos a particulares.

Em 2023, o custo do risco de crédito situou-se em 0,45%, o que traduz um aumento de 0,16 pp face a 2022 justificado pelo reforço das imparidades para crédito.

No que toca à liquidez, o rácio de transformação de depósitos em crédito fixou-se em 78%, o que traduz uma queda de 1,2 pp, refletindo o maior aumento dos depósitos de clientes (+2,0%) face ao verificado nos empréstimos a clientes (+0,4%).

O peso do financiamento obtido junto de bancos centrais diminuiu 0,3 pp, para 0,8% do ativo.

O rácio de cobertura de liquidez (LCR) aumentou para 254% (+22 pp) em resultado da subida dos ativos de elevada liquidez, em particular de rendibilidade.

Em 2023, a rendibilidade do sistema bancário continuou a sua trajetória de crescimento, com a rendibilidade do ativo (ROA) e do capital próprio (ROE) a situar-se, em termos anuais, respetivamente em 1,28% (+0,59 pp) e 14,8% (+6,14 pp).

“A evolução do ROA refletiu o aumento da margem financeira (contributo de +1,04 pp), parcialmente compensado pelo aumento das provisões e imparidades (contributo de -0,24 pp)”, detalha o Banco de Portugal.

O rácio cost-to-income (eficiência) diminuiu 13,7 pp face a 2022, situando-se em 36,9%, refletindo um aumento do produto bancário (contributo de -15,1 pp) decorrente da melhoria da margem financeira. Isto apesar de os custos operacionais registarem um aumento de 3,3% face a 2022.

No quarto trimestre de 2023, tanto o rácio de fundos próprios totais como o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) aumentaram 0,7 pp, para 19,6% e 17,1%, respetivamente. A evolução destes rácios refletiu exclusivamente o aumento dos fundos próprios totais, em particular o aumento do CET 1.

O ponderador médio de risco diminuiu 0,6 pp face ao trimestre anterior, para 42,7%, em resultado do aumento da importância relativa das componentes de menor risco no ativo.

O rácio de alavancagem aumentou ligeiramente face ao trimestre anterior, situando-se em 7,3%.

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