[weglot_switcher]

Remodelação ou Evolução na Continuidade?!

Não tem nada a ver com o resultado das autárquicas a mudança profunda de que necessitamos, urgentemente, ao nível da governação. Tem a ver com a vida das pessoas cada vez mais pobres.
9 Outubro 2017, 08h29

Após o ato eleitoral autárquico, em que o PSD ficou apenas com quatro das onze câmaras municipais da Região, foi tomando forma uma, agora certa, reformulação governamental. De imediato, vários responsáveis partidários foram céleres em pedir responsabilidades políticas pelos maus resultados obtidos acreditando que, quem teve bons resultados, sairá ganhador nas legislativas regionais e nacionais. Até houve quem, se pusesse a fazer contas e a dizer que “passou a 3º partido regional”.

É bom que não nos enganemos: não é possível, de maneira nenhuma, fazer transposições dos resultados autárquicos para eleições legislativas, sejam regionais ou sejam nacionais. E os eleitores já provaram isso mesmo, sabiamente, por diversas vezes. Nas autárquicas as pessoas votam nos projetos mas também, e sobretudo, nas pessoas que corporizam os mesmos. Nas autárquicas as pessoas sabem bem que estão a escolher o Presidente da sua Câmara Municipal, os seus vereadores, o Presidente da Junta da sua Freguesia e os restantes membros destes órgãos.

Ainda por cima, nas autárquicas, são permitidas candidaturas de “Movimento independentes” e nas restantes apenas os partidos ou as coligações de partidos se podem apresentar a sufrágio. Quando o eleitor vota para as Legislativas nacionais ou regionais sabe que está a eleger deputados para o Parlamento, de onde emanará o governo do país ou da região. Aí vota em função daquilo que pensa dever ser a oposição e as maiorias.

No caso do governo regional da Madeira, suportado pelo PSD na Assembleia Legislativa, o que admira é que as alterações, necessariamente profundas, no governo não tenham sido ainda levadas a cabo. Este é um governo regional que dia após dia, hora após hora, ou faz asneira da grossa ou então limita-se a ver a banda passar.

É ver o setor da saúde na região da forma em que está, é ver o problemas do aumento das manchas de pobreza e exclusão que tardam em ser combatidas com sucesso, é ver a situação das milhares de pessoas em situação de desemprego desesperante, 2/3 delas sem acesso a qualquer subsídio, é ver o isolamento a que são votadas as pessoas idosas e é ver o ‘forrobodó’ que continua à farta mesa dos detentores dos monopólios que empobrecem e exploram milhares de pessoas nestas Ilhas. Não tem nada a ver com o resultado das autárquicas a mudança profunda de que necessitamos, urgentemente, ao nível da governação. Tem a ver com a vida das pessoas cada vez mais pobres.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.