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Respostas Rápidas: Por que é importante os bancos reduzirem os créditos não produtivos?

Uma das principais funções dos bancos é conceder crédito, mobilizando fundos através da captação de depósitos e da emissão de dívida. Se o sistema falha por via do acumulado de incumprimentos, a economia é a primeira a sofrer um impacto negativo.
  • Cristina Bernardo
14 Novembro 2018, 19h42

O crédito não produtivo é um problema para os bancos?

A concessão de crédito é uma das principais fontes de receita dos bancos, associada aos juros cobrados pelos empréstimos e às comissões relacionadas com este serviço. Quando um cliente bancário deixa de pagar as prestações de um empréstimo, o banco classifica esse crédito como crédito não produtivo (em inglês, non-performing loan ou NPL) e passa a ter uma dor de cabeça.

 

Porque é que os NPL são um problema para os bancos?

A instituição que concedeu o empréstimo pode perder parte ou a totalidade dos fundos que emprestou e deixa de ter o ganho esperado com a cobrança de juros e comissões. As perdas, geradas ou esperadas, associadas a um NPL têm de ser reconhecidas nas contas da instituição, através do registo de imparidades, o que penaliza os resultados dos bancos e consequentemente os rácios de capital. E os recursos que os bancos têm que afetar ao tratamento destes ativos, desvia esses recursos das atividades centrais e aportam dificuldades acrescidas em aceder aos mercados financeiros.

 

Os bancos portugueses estão focados na redução dos NPL?

Sim. Os NPL chegaram a ter um peso de quase 18% do crédito total, em junho de 2016. Desde esse pico, os NPL do setor bancário nacional têm seguido uma trajetória descendente, tendo já diminuído cerca de 35%. Mas a autoridade reguladora e de supervisão, o Banco de Portugal, quer mais. A diminuição da exposição da banca aos NPL tem sido conseguida principalmente através do abate de empréstimos ao ativo das instituições e da venda de carteiras de NPL.

O que tem feito a supervisão?

Foram emitidas orientações a nível do Mecanismo Único de Supervisão sobre o registo de imparidades para os créditos que venham a tornar-se não produtivos a partir de 1 de abril de 2018, existindo também iniciativas para lidar com o stock destes ativos. De entre estas últimas, destacam-se os planos de redução de NPL que foram exigidos aos bancos com rácio de NPL superior. Outras iniciativas a nível nacional e europeu já avançaram: facilitar a transação de NPL em mercado; atuar de forma preventiva sobre a própria concessão de crédito; e melhorar o enquadramento legal e judicial em processos de recuperação de créditos.

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