Retalho e Galp Energia pressionam PSI 20. Europa continua pintada de vermelho

A bolsa portuguesa está a negociar em terreno negativo, a meio da sessão desta terça-feira, dia 19 de junho, partilhando o sentimento das congéneres europeias. O principal índice nacional, PSI 20, cai 0,19%, para 5.559,05 pontos, pressionado pelo desempenho bolsista do sector do retalho e da Galp Energia.

A Galp Energia é a cotada que mais perde no índice português, ao registar uma desvalorização de 1,96%, para 15,730 euros. As ações da petrolífera nacional estão a ser penalizadas, depois da casa de investimentos RBC Capital Markets ter cortado a sua recomendação de outperform para market perform, embora tenha mantido o preço-alvo das ações os 17 euros.

No setor petrolífero, o preço do barril de petróleo está também em queda, o que está a pressionar o desempenho da cotada no índice português. O preço do barril de Brent, que serve de referência para Lisboa e para toda a Europa, desvaloriza 0,85% para 74,70 dólares, enquanto o crude WTI recua 1,69%, para 64,58 dólares por barril.

A cotada é seguida de perto pela Jerónimo Martins, que tropeça 1,38%, para 12,890 euros. Ainda no setor do retalho, a concorrente Sonae perde 0,72% para 1,110 euros.

Entre as papeleiras, a tendência agora é também de queda, depois da longa maratona de ganhos no PSI 20. A Navigator recua 0,37% para 5,325 euros, a Semapa desvaloriza 0,65% para 23,100 euros e a Altri deprecia 0,59% para 8,390 euros.

Em terreno negativo estão também a Corticeira Amorim (-1,23%), a Mota-Engil (-0,66%), a NOS (-0,04%), a Sonae Capital (-0,33%).

Em terreno negativo, estão a maioria das cotadas do setor da energia. A EDP soma 0,59% para 3,410 euros, a EDP Renováveis ganha 0,42% para 8,385 euros e a REN valoriza 0,34% para 2,392 euros.

Em alta estão também os CTT. A empresa norte-americana BlackRock comunicou esta segunda-feira que reforçou a sua posição no serviço postal nacional, passando a deter 2,56% do capital social dos CTT. Antes a BlackRock tinha 2,01% das ações da empresa. A reagir a esta notícia, a cotada sobe 1,42% para 2,998 euros.

No ‘verde’, estão também o BCP (1,51%), a Pharol (0,62%), a Ibsersol (0,44%) e a F. Ramada (4,88%).

Nas restantes bolsas europeias, o índice alemão DAX perde 1,62%, o francês CAC 40 desvaloriza 1,36%, o holandês AEX cai 1,27%, o britânico FTSE 100 resvala 0,62%, o italiano FTSE MIB recua 0,60% e o espanhol IBEX 35 deprecia 0,88%.

“O escalar das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China volta a ser tema central para o comportamento dos mercados acionistas, isto depois de Donald Trump ameaçar com a imposição de novas tarifas às importações chinesas avaliadas em 200 mil milhões de dólares”, afirma Ramiro Loureiro, analista do Mtrader, do Millennium BCP.

Num comunicado divulgado pela Casa Branca, a Administração Trump informa que “foram tomadas medidas suplementares para encorajar a China a mudar as suas práticas injustas e a abrir o seu mercado aos bens norte-americanos”. A China já ameaçou responder da mesma moeda aos Estados Unidos, o que está a intensificar as tensões comerciais entre os dois países. Na Ásia, o índice Shangai Composite tomba 4,8%, a maior queda desde 2016.

A marcar a sessão desta terça-feira está também o discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, no Fórum anual do BCE, a decorrer em Sintra. “Mario Draghi pediu paciência no que toca ao aumento de juros levando a que o euro depreciasse face ao dólar”, indica o analista do Mtrader. “Draghi apontou as medidas protecionistas, o aumento da volatilidade e dos preços energéticos como riscos a ter em conta para o comportamento da economia da Zona Euro. Na última reunião do BCE foi comunicado que as taxas de referência se manterão inalteradas até pelo menos até junho de 2019”.

No mercado cambial, o euro perde 0,65% para 1,154 dólares e a libra perde 0,66%, para 1,316 euros.